Marília Arraes vê 'golpe' de Arthur Lira em primeiro ato como presidente da Câmara

Após a decisão de Lira, o PT deve perder espaço importante, que seria ocupado por Marília; entenda
Cássio Oliveira
Publicado em 02/02/2021 às 14:09
Marília Arraes deverá migrar para o Solidariedade Foto: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM


A deputada federal Marília Arraes (PT) criticou o primeiro ato de Arthur Lira (PP-AL) como novo presidente da Câmara Federal. Logo após a eleição, ele anunciou a anulação da decisão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) que aceitou o registro do bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), seu principal adversário, convocando uma nova eleição para a Mesa Diretora da Casa para esta terça-feira (2), às 16h.

>> Centrão de Lira é o mesmo de Eduardo Cunha que nem sempre entrega o que vende à vista

>> Parlamentares pernambucanos repercutem eleição de Lira à presidência da Câmara

>> Paulo Câmara parabeniza Rodrigo Pacheco e Arthur Lira por vitórias nas eleições do Senado e da Câmara

"O ato autoritário de Arthur Lira deixa claro que os próximos dois anos serão de muita luta. A dissolução do bloco do qual fazemos parte e a suspensão da eleição da Mesa Diretora foi mais que um golpe, foi um atentado contra a Democracia. Mas não nos renderemos", escreveu Marília.

decisão de Arthur tira da Mesa Diretora alguns partidos do bloco composto por PT, MDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, PV e Rede, partidos que apoiaram a candidatura de Rossi. Além disso, o PT deve perder o direito à 1ª secretaria, que deveria ficar justamente com Marília, que havia sido indicada pelo partido. Esses partidos haviam argumentado que tiveram problemas técnicos para enviar o pedido pouco antes do prazo final, ao meio-dia desta segunda-feira.

O bloco foi registrado seis minutos após o fim do prazo determinado, mas acabou sendo aceito por Maia. Para o novo presidente da Câmara, o ato de seu antecessor causou "vício insanável" à eleição da Mesa. Em reação, os parlamentares foram às redes sociais protestar contra a atitude. Pouco depois, enviaram uma nota, assinada em conjunto, que o acusava de "afrontar as regras mais básicas de uma eleição" e de "colocar em sério risco a governabilidade da casa".

>> Com apoio de Bolsonaro, Arthur Lira é eleito presidente da Câmara em primeiro turno

>> Kim critica Bolsonaro e dispara: 'quem vende alma ao demônio' sabe 'que capeta cobra juros'

A formação dos blocos parlamentares influencia a distribuição dos cargos da Mesa. Quanto maior o bloco, a mais cargos tem direito na Mesa. Como o bloco de Rossi passou ser considerado não existente, Lira determinou à Secretaria-Geral da Mesa o recálculo da distribuição dos cargos, desconsiderando as candidaturas para os demais cargos que foram indicadas por esse bloco.

Presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann manteve o tom de Marília e classificou a atitude como um "golpe na oposição para mandar na mesa da Câmara". Conforme afirmou Gleisi, ao menos 11 partidos irão ao Supremo Tribunal Federal (STF) buscar a anulação do ato de Lira.

O deputado federal Carlos Veras também criticou a decisão de Lira. "Após ato autoritário de Arthur Lira, bloco partidário que apoiou Baleia Rossi irá ao STF", escreveu ele nas redes sociais.

TAGS
arthur lira Partido dos Trabalhadores Marília Arraes
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory