O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) solicitou, nesta segunda-feira (14), que a Pfizer, responsável pela produção de uma das vacinas contra o novo coronavírus, antecipe a entrega de doses do imunizante. No ano passado, o chefe do Executivo, segundo o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ignorou diversos e-mails da farmacêutica para a compra de doses.
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A solicitação foi feita durante reunião virtual com a presidente da Pfizer, Marta Díez, com o gerente-geral da farmacêutica na América Latina, Carlos Murillo, e com os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e Relações Exteriores, Carlos Alberto França.
À Folha de S.Paulo, membros do Ministério da Saúde informaram que Bolsonaro pediu a antecipação do maior número de doses para o mês de julho. No entanto, ainda não há nenhuma previsão.
Pfizer: Bolsonaro recusou compra da vacina por metade do preço pago por EUA e Europa
O governo Jair Bolsonaro recusou, no ano passado, doses das vacinas da Pfizer pela metade do preço pago por Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, informa o jornal Folha de S. Paulo.
O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, considerou os imunizantes caros em agosto de 2020. Na oportunidade, 70 milhões de doses poderiam ser entregues à partir de dezembro a 10 dólares cada.
EUA e Reino Unido já imunizaram cerca de 40% da população com duas doses das várias vacinas adquiridas e têm economias funcionando quase livremente. Caso o Brasil seguisse a mesma política, o mesmo cenário seria visto por aqui.
Ambos os países pagaram cerca de US$ 20 pelas doses da Pfizer, o dobro do valor recusado pelo Brasil durante vários meses em 2020. Na União Europeia, as doses do laboratório norte-americano custaram US$ 18,60.
Além disso, o governo federal ignorou 53 e-mails enviados pela farmacêutica oferecendo as doses do imunizante, revelou o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
À CPI, Pazuello qualificou a proposta da Pfizer como “agressiva”, apontou entraves em cláusulas do contrato e disse ter considerado muito elevado o preço de US$ 10 por dose —valor acatado meses depois ainda na gestão de Eduardo Pazuello.