FUNDÃO

"Sou contra aumento do fundo eleitoral", diz João Campos, que recebeu R$ 8,9 milhões do partido na campanha de 2020

O prefeito do Recife defende o financiamento público de campanha, como mecanismo democrático de distribuição de recursos

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Mirella Araújo

Publicado em 21/07/2021 às 19:02
Na corrida municipal de 2020, João Campos recebeu R$ 8,9 milhões em doação do PSB - Foto: Rodolfo Loepert/Divulgação

O prefeito do Recife João Campos disse ser contrário ao aumento do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões para as eleições de 2022. Apesar de deixar claro que é favorável ao financiamento público de campanha, como mecanismo democrático de distribuição de recursos, o gestor acredita que a aprovação do montante, três vezes maior que o destinado às eleições de 2018, não seria o mais adequado em virtude da pandemia da covid-19.

“Não me parece razoável aumentar o fundo eleitoral, sobretudo no momento com o o desemprego muito grande, alta da inflação, e falta de oportunidades no Brasil. Sou contra o aumento do fundo eleitoral, embora defenda sim o financiamento público, desde que seja feito de maneira razoável e equilibrada, tendo em vista o contexto que a gente vive”, declarou Campos, em entrevista à Rádio CBN Recife, nesta quarta-feira (21). Então candidato, o socialista foi um dos postulantes que mais fez uso do fundão eleitoral na campanha de 2020. Ele recebeu R$ 8,9 milhões em doação do PSB na corrida municipal.

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), namorada do prefeito João Campos, e mais cinco deputados e um senador, ingressaram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contrários ao aumento da verba eleitoral. O mandado de segurança será relatado pelo ministro Kassio Nunes Marques. Se a decisão for favorável ao grupo, o Congresso precisará fazer uma nova votação na LDO e ficará proibido de aumentar o fundo eleitoral em 2022.

NEGOCIAÇÃO

Diante da repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já sinalizou que vai vetar a cifra, mesmo que ela tenha sido aprovada com votos da base governista. Agora, Planalto e Congresso negociam um valor intermediário. Como publicou o Broadcast Político mais cedo, partidos pressionam por no mínimo R$ 4 bilhões.

"Talvez nós tenhamos que nos debruçar para quantificar quando custa uma campanha, para que não fique a impressão sobre o parâmetros desarrazoáveis da LDO", disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), durante a entrevista à GloboNews. "O Congresso não se furtará a critérios que podem quantificar de maneira justa o financiamento de campanhas", acrescentou, sinalizando disposição para negociar o impasse - segundo publicação do Estadão.

 

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