De passagem pelo Recife na tarde desta sexta-feira (13), quando visitou as instalações do Porto Digital, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que o fato de ter exposto que é homossexual não lhe trouxe repercussões no meio político e que falou sobre o tema porque não tem nada a esconder. No início de julho, durante participação no programa Conversa com Bial, da Rede Globo, o tucano, que é pré-candidato à Presidência da República, falou abertamente sobre a sua sexualidade, declarando pela primeira vez que é homossexual.
"Eu falei sobre esse assunto porque acho que o Brasil precisa de integridade, ser por inteiro, e falta integridade à nossa classe política, infelizmente. Integridade no sentido de ser por inteiro, sem nada a esconder. A minha orientação sexual não é nada a esconder, não me faz melhor e nem pior do que ninguém", disse o gestor estadual. Em sua visita à capital pernambucana, Leite estava acompanhado de correligionários como o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, além da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, que comanda o diretório estadual da agremiação. O deputado federal Daniel Coelho (CID) também o acompanhou no seu compromisso.
Ao retornar ao tema da sua sexualidade, o governador afirmou que sempre foi de encontro ao que dita a tradicional cartilha da política, e que quando a conversa sobre os seus relacionamentos amorosos veio à tona, mais uma vez evitou seguir o que lhe era aconselhado e falou abertamente sobre o tema. "Eu contrariei sempre os consensos das cartilhas políticas, sendo prefeito aos 27 anos, quando me diziam que era muito cedo, me lancei governador de um Estado que é a 4ª economia do Brasil e a 6ª população com 33 anos, quando também diziam que era muito cedo. Não concorri à reeleição, sou crítico da reeleição, quando me diziam que a reeleição era importante para consolidar uma posição política. Em uma política que se faz com tanta divisão, com ódio, com ataques, eu ouso ser moderado, ponderado, de centro, também contrariando esse consenso de que tem que se fazer política com divisão. Quando me disseram que falar sobre orientação sexual seria algo que seria fatal para uma carreira política, falei abertamente sobre isso, para que fique claro que eu não tenho nada a esconder", cravou o gestor gaúcho.
Tentando consolidar-se como uma alternativa viável de terceira via para as eleições de 2022, Eduardo Leite também alfinetou os dois principais nomes do pleito, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), relembrando escândalos de corrupção nos quais os dois, direta ou indiretamente, estiveram envolvidos. "A esconder têm eles, os outros, que escondem rachadinha, Mensalão, Petrolão, escondem superfaturamento de vacinas. Eles têm algo a esconder, eu não tenho nada a esconder, a minha vida está tranquilamente aberta à população", disparou o tucano.
Depois do compromisso no Recife, Leite seguiu para Caruaru, onde realiza uma visita ao Alto do Moura, concede entrevista coletiva com a imprensa e participa de um ato político com lideranças locais e aliados.