Políticos começaram a repercutir a decisão do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) de suspender sua pré-candidatura à Presidência pela legenda até que o partido reveja seu posicionamento a respeito da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. A matéria é do jornal O Povo para a Rede Nordeste.
O texto, aprovado na madrugada desta quinta com apoio de parte substancial da bancada pedetista, gerou reação do presidenciável, que tem recebido apoio de outros políticos nas redes sociais após o posicionamento divulgado em nota à imprensa na manhã de hoje.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB) disse que a posição de Ciro é importante para reverter “um enorme erro político e jurídico”. Segundo Dino, a “PEC do Calote está errada no conteúdo e no procedimento” e a Constituição “não pode ser modificada de qualquer jeito, na marra, sem observar os ritos e limites fixados”. Apesar da indignação de Dino, dez dos 32 deputados federais do PSB votaram pela aprovação da PEC na Câmara.
O presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, deu entrada em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a determinação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de autorizar 23 parlamentares em viagem a votar remotamente na PEC dos Precatórios.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que Ciro foi corajoso ao se posicionar e projetou que, além disso, sua postura pode “inspirar outros presidenciáveis a se engajarem pela reversão de votos”. Silva defendeu que o entendimento fortaleceria uma frente antibolsonaro.
A deputada estadual Juliana Brizola (PDT-RS), neta de Leonel Brizola, uma das figuras mais representativas do PDT, se juntou aos que apoiaram a postura de Ciro. “Como bem disse nosso líder, defesa dos mais pobres não pode ser confundido com corrupção, clientelismo grosseiro, desvios de verbas, calotes e com abalos ao arcabouço constitucional”, escreveu.