Matéria atualizada às 18h23
O PSB lançou, nesta segunda-feira (21), a pré-candidatura do deputado federal Danilo Cabral para governador de Pernambuco. Com a presença de lideranças socialistas e de partidos que formam a Frente Popular, o parlamentar criticou o Governo Jair Bolsonaro (PL), destacou sua trajetória política e deixou clara a defesa que fará da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente da República. "O povo tem saudade de Lula", disse Danilo durante o evento.
Além dos inúmeros acenos ao PT, com elogios ao senador Humberto Costa pelo fato de ter retirado sua pré-candidatura a governador no Estado, os discursos feitos neste lançamento assumiram o tom nacionalizado, mostrando como se dará o pleito deste ano. Em sua fala, Danilo destacou que a união em Pernambuco entre PT e PSB deve servir de exemplo para as alianças nacionais.
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"A partir daqui de Pernambuco estamos dando um exemplo para que o Brasil siga também esse exemplo. Para que a gente possa se juntar lá em cima como estamos nos juntando aqui, para que a gente possa devolver o Brasil para os brasileiros. É isso o que queremos nesse momento. O povo brasileiro tem sim saudade de Luiz Inácio Lula da Silva. E nós queremos Lula de volta. Por tudo o que Lula representou para o Brasil. Pelo conjunto de ações e de políticas que ele implantou e que trouxe de volta para o Brasil o orgulho de ser brasileiro", comentou o pré-candidato.
“Nós vivemos hoje a mais dura crise da história republicana. Um conjunto de crises que se abateu sobre o mundo e com consequências mais perversas sobre o Brasil. Uma crise sanitária que já levou mais de 600 mil vidas; uma crise econômica que parou o nosso Brasil, trouxe de volta a inflação, que é sentida principalmente pelos mais pobres”, disparou Cabral.
Questionado sobre essa nacionalização do debate, o governador Paulo Câmara explicou que a discussão sobre o Brasil não poderá ser deixada de lado. “O que está acontecendo no Brasil nos últimos anos afetou a vida dos pernambucanos, então esse debate tem que existir, tem que acontecer, e nós não vamos nos omitir, de discutir o Pernambuco que a gente quer, do futuro, e ao mesmo tempo saber que o Estado pode andar melhor, fazer mais, se tivermos um governo federal comprometido com o Brasil, com os Estados, com os municípios e, infelizmente, isso não ocorre desde a posse de Jair Bolsonaro”, respondeu o gestor.
“O Brasil passa por um momento que passa muito longe de ser trivial. Passa por um momento em que a gente vê conquistas que pareciam tão óbvias, tão indispensáveis, serem dia após dia desconstruídas de maneira sistemática. Em um momento como este, a solução também não é simples, não é trivial”, declarou o prefeito do Recife, João Campos.
Inclusive, em nome dessa solução, o gestor socialista surpreendeu ao dizer que o PSB será “o primeiro grande partido brasileiro a declarar oficialmente o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. Uma postura totalmente diferente de quando disputou a eleição contra a deputada federal Marília Arraes, chegando a fazer duras críticas ao PT e a dirigentes como a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, na época.
“O presidente Bolsonaro ganhou a eleição e passa quatro anos seguidos achando que todo dia é dia de eleição. Então a gente tem a compreensão de que o que é mais importante é a gente conseguir enfrentar como mais de 20 milhões de brasileiros passam a ingressar a linha da pobreza e da extrema pobreza, e a gente não pode achar que isso é normal, precisa de unidade política para superar isso. Então, a gente faz política olhando para frente e pensando sobretudo no povo, não apenas em interesses individuais ou partidários”, explicou Campos.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, colocou o pleito em Pernambuco como “protagonista para derrotar o bolsonarismo”, mas foi mais contido em seu discurso sobre o apoio a Lula. “Fiquei muito feliz que além de todos os partidos o PT tenha decidido integrar essa frente. São companheiros importantes. Não só porque estaremos juntos aqui em Pernambuco, mas estaremos juntos em todo o País. Em torno de Lula presidente da República”, disse o dirigente socialista.
Na última eleição para governador, em 2018, PT e PSB também estiveram juntos e Paulo Câmara, que se reelegeu naquele ano, chegou a defender o "Lula Livre" durante a campanha e apoiou Fernando Haddad no segundo turno contra Jair Bolsonaro.
Pré-candidatura
O evento foi realizado no Recife Praia Hotel e transmitido online para a militância e apoiadores. No palanque do anúncio estavam o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, o senador Humberto Costa (PT), o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros (PP), a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), os presidentes estaduais e deputados federais Wolney Queiroz (PDT), Silvio Costa Filho (Republicanos), Augusto Coutinho (Solidariedade), Sebastião Oliveira (Avante), Raul Henry (MDB) e André de Paula (PSD).
Também participaram do lançamento, o presidente estadual do PROS, João Fernando Coutinho, o presidente estadual do PT, Doriel Barros, o deputado federal Carlos Veras e a deputada estadual Teresa Leitão (ambos do PT).
Da bancada federal do PSB, marcaram presença os parlamentares Tadeu Alencar, Felipe Carreras, Gonzaga Patriota, Milton Coelho e Marcelo Freixo, do Rio de Janeiro. “A gente vai ganhar em Pernambuco e vai ganhar no Rio de Janeiro por um grande Pacto Pela Vida. O Brasil precisa de um grande Pacto Pela Vida. Não é só derrotar Bolsonaro. Derrotar Bolsonaro tem uma data marcada. Mas a gente precisa enfrentar o bolsonarismo. Esse vai conviver entre nós por muito tempo”, declarou Freixo.
“O Nordeste foi o grande local de resistência ao bolsonarismo. E a gente precisa espalhar isso pelo Brasil todo. Lula vai ser eleito presidente da República, mas ele vai precisar de governança, vai precisar de apoio em todos os estados”, completou.
Escolhas
Após diversos nomes terem sido colocados, o PSB bateu o martelo por Danilo Cabral candidato na última sexta-feira (11). O anúncio foi feito pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.
Agora, ainda estão abertas as vagas para a vice e para o Senado na chapa majoritária da Frente Popular. Os petistas presentes no lançamento destacaram, que o PT vai ficar com a vaga ao Senado, mas que ainda será decidido o nome a ser apresentado.
Sobre a montagem da chapa, Danilo informou que as conversas com a Frente Popular vão continuar ocorrendo e que o governador Paulo Câmara continua sendo o coordenador desse processo sucessório. Com a chapa fechada, Cabral disse que vai iniciar seu périplo pelo Estado.
“Quero e vou percorrer todos os recantos de Pernambuco, quem me conhece sabe como atuo. Gosto de estar presente, dialogando e é isso que vamos fazer queremos grande debate com o povo de Pernambuco para que possamos construir um pensamento que reflita a oportunidade que o Estado vai ter de ter Lula presidente e ter um governador novamente aliado do presidente para que a gente possa mudar a vida do povo”, afirmou.