O ex-ministro dos governos de Lula e Dilma, Gilberto Carvalho, saiu em defesa de um palanque único do líder petista em Pernambuco. Ao participar da plenária promovida pelo presidente estadual do PT, o deputado estadual Doriel Barros, no município de Garanhuns, nesta terça-feira (19), Carvalho declarou que a aliança entre os petistas e o PSB não é “trivial, eventual e acidental”.
“A nossa aliança com o PT e, particularmente do presidente Lula com o PSB, é uma aliança de profundidade que remonta os tempos de Arraes, remonta a 1989 na primeira candidatura de Lula. Todo esse período se manteve e agora temos perspectiva de presente e futuro. A fidelidade da candidatura de Lula ao Danilo e vice-versa, é essencial”, declarou o ex-ministro.
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Petistas e socialistas têm centrado esforços para deixar claro que no Estado, a única candidatura apoiada pelo ex-presidente da República é a do pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB), tendo em vista que a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), que também é pré-candidata a governadora, não vai abrir mão de colar sua imagem ao do líder mor petista.
“Da parte do presidente Lula, eu tenho plena convicção de que o palanque dele é dessa aliança com o Danilo e com os candidatos a deputados e ao Senado que tivermos aqui. Não é algo superficial, ela tem profundidade, e por isso essa aliança está assegurada”, finalizou Gilberto Carvalho, que é responsável pela criação de comitês nos estados em prol da candidatura de Lula.
FIDELIDADE
Apesar do ex-ministro Gilberto Carvalho, enaltecer a fidelidade partidária entre o PSB e o PT, dizendo que não se trata de uma “aliança incidental, em que a cada eleição muda”, o extrato das últimos pleitos mostra que nem sempre o cenário eleitoral contribuiu para o fortalecimento dessa consideração entre os dois partidos.
Sem citar em detalhes a última disputa entre o PT e PSB, na eleição pela Prefeitura do Recife em 2020, sendo considerada uma das corridas mais tensas e agressivas no âmbito municipal, no que diz respeito às eleições gerais, por exemplo, é preciso lembrar que o PSB manteve-se no palanque oposto ao PT em 2014.
Eles lançaram o então candidato a presidente da República, o ex-governador Eduardo Campos (PSB) - que morreu em um trágico acidente aéreo em plena campanha - enquanto o Partido dos Trabalhadores apostava em Dilma Rousseff para a suceder Lula. Com a disputa indo para o segundo turno, o partido socialista declarou apoio ao candidato do PSDB, o então senador Aécio Neves, que acabou saindo derrotado nas urnas.
Em Pernambuco, os petistas apoiaram a chapa encabeçada pelo ex-senador Armando Monteiro Neto, que disputou o governo pelo PTB, enquanto os socialistas lançaram a candidatura de Paulo Câmara para o Palácio do Campo das Princesas. Apesar do seu perfil técnico e de ser seu primeiro pleito ao governo estadual, Câmara venceu as eleições.
Já em 2018, o cenário eleitoral acabou se desenhando para que os dois partidos pudessem estar no mesmo palanque, mas esse entendimento não foi de primeira hora. Com a candidatura do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o PSB optou por não lançar um nome próprio à presidência da República, mantendo-se neutro no primeiro turno da disputa.
Essa neutralidade foi resultado de uma negociação feita entre petistas e socialistas, em estados considerados estratégicos, o que acabou também minando a candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco. Com isso, a campanha para a reeleição de Paulo Câmara contou com o apoio de peso do PT, saindo vitorioso no primeiro turno. Enquanto a nível nacional, o PSB só veio apoiar Fernando Haddad no segundo turno da eleição contra Jair Bolsonaro, que era deputado federal filiado pelo PSL e acabou vencendo a disputa.
Para 2022 a costura de apoios passam pela indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para compor a vice na chapa de Lula. Enquanto em Pernambuco o PT reivindica a vaga para o Senado na chapa da Frente Popular, indicando o nome do deputado federal Carlos Veras.
Após lançar pré-candidatura ao Senado, Luciana Santos participa de agenda com Danilo Cabral no Agreste
Danilo Cabral também vai participar de uma agenda com o pré-candidato ao Senado pelo PT, o deputado federal Carlos Veras
Um dia após a oficialização do manifesto que indica a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), para o Senado Federal, na chapa da Frente Popular, o pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB) esteve no município de Bom Conselho ao lado da dirigente comunista para participar da inauguração da reforma e ampliação do hospital municipal Monsenhor Alfredo Dâmaso.
Eles também estavam acompanhados do governador Paulo Câmara (PSB); do deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB); do prefeito João Lucas (PSB) e do ex-prefeito Dannilo Godoy (PSB). Na ocasião, Danilo ressaltou que havia destinado emendas parlamentares para que fossem utilizadas pela prefeitura para ajudar na reforma e aquisição de novos equipamentos para unidade hospitalar, que atende mais de 95% da população da cidade.
“A cidade de Bom Conselho sempre me recebeu com muito carinho. Todas as vezes que venho aqui, renovo minha alma. Agradeço ao conjunto de manifestações que a gente recebeu aqui, vindas da sinceridade do povo que nos delegou a confiança. Com a ajuda desse conjunto político formado por Dannilo Godoy e João Lucas, trouxemos importantes ações e desenvolvimento para o município”, declarou Danilo, sem deixar de citar o ex-governador Eduardo Campos.
“A gente tem que falar de importantes valores nessas conquistas: a união que esse conjunto político sempre teve na defesa dos interesses de Bom Conselho, em parceria com o governo do Estado. Isso começou lá atrás com nosso saudoso Eduardo Campos”, pontuou o pré-candidato a governador.
Como tem feito desde que começou a participar mais intensamente das agendas do Governo do Estado, Danilo Cabral aproveitou a oportunidade para mencionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Pernambuco viveu o seu melhor momento quando a gente tinha Eduardo como governador e tinha um parceiro ajudando Eduardo; o ex-presidente Lula. Ninguém faz nada na vida sozinho. A gente só faz as coisas quando a gente também se junta e consegue um ajudar o outro. Pernambuco teve um filho dessa terra que ajudou muito Pernambuco e ajudou Eduardo. Vamos fazer esse reencontro de Pernambuco e do Brasil com a esperança”, destacou.
Eles também seguiram para uma segunda agenda, no município de Saloá, onde o Governo do Estado autorizou o início das obras de implantação e pavimentação da PE-223. A estrada liga Saloá e Bom Conselho, no Agreste Meridional, além do acesso ao distrito de Iatecá, em Saloá. A iniciativa conta com um investimento de R$ 21,7 milhões, oriundos de recursos estaduais
No fim da tarde, tanto Danilo Cabral como o governador Paulo Câmara, vão participar de uma plenária promovida pelo presidente estadual do PT, o deputado Doriel Barros, no município de Garanhuns, ainda nesta terça-feira (19). Desta vez, Danilo estará ao lado do deputado federal Carlos Veras (PT), indicado pelos petistas para a vaga de senador na chapa majoritária.
As discussões sobre a formação da chapa estão em ritmo intenso, porém o martelo deverá ser batido até o dia 30 de abril. As negociações estão em torno da presença do PT na chapa, assim como um representante de centro, como o deputado federal André de Paula (PSD).
Sem referências
Chamou atenção na noite dessa segunda-feira (18), o fato de a vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, não mencionar diretamente o pré-candidato a governador Danilo Cabral, em seu discurso pela defesa de sua indicação ao Senado.
"Em Pernambuco é preciso ter a Frente Popular com a cara do nosso tempo. Que é a cara da retomada, é a cara do novo País, que é a cara da esperança, que é ter Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República e para isso tem que ter uma chapa que tenha nitidez, que tenha essa identidade", declarou Luciana.
O ato realizado em uma casa de festas no Recife Antigo, contou com a presença de representantes dos movimentos sociais e dos setores da cultura, ciência e educação. Também marcaram presença, diversas lideranças políticas, além do deputado federal Renildo Calheiros, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB), e a vereadora Cida Pedrosa (PcdoB). No fim de seu discurso, Luciana Santos encerrou o evento afirmando que "o que virá é a Frente Popular de Pernambuco, com Luciana senadora, Fora Bolsonaro e Lula presidente", sem citar o pré-candidato do PSB.
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