Eleições 2022

Sem citar diretamente Danilo Cabral, Luciana Santos lança seu nome para o Senado enaltecendo Lula

O ato teve como base um manifesto, que conta com mais de mil assinaturas, a favor do nome da presidente nacional do PCdoB para o Senado

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 18/04/2022 às 21:20
DIEGO GALBA/DIVULGAÇÃO
PASSO DADO Ontem, em ato político, Luciana Santos (PCdoB) lançou sua pré-candidatura ao Senado Federal - FOTO: DIEGO GALBA/DIVULGAÇÃO
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A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, formalizou nesta segunda-feira (18), a sua pré-candidatura ao Senado Federal. Na presença de representantes dos setores da cultura, da educação e dos movimentos sociais, além de parlamentares e gestores, o ato teve como base um manifesto, que conta com mais de mil assinaturas, a favor do nome da presidente nacional do PCdoB para compor a chapa majoritária encabeçada pelo deputado federal e pré-candidato a governador, Danilo Cabral (PSB).

 

O discurso de Luciana foi repleto de críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós vivemos num ambiente onde paira o obscurantismo, uma política de estado do autoritarismo. Esse é o caráter desse governo”, disparou. Também foi enaltecida as gestões do ex-presidente Lula e do governador Paulo Câmara (PSB), pontuando que o chefe do Executivo estadual vem "lutando para deixar Pernambuco de pé".

Entretanto, o pré-candidato a governador pelo PSB, o deputado federal Danilo Cabral , não chegou a ser citado diretamente. "Em Pernambuco é preciso ter a Frente Popular com a cara do nosso tempo. Que é a cara da retomada, é a cara do novo País, que é a cara da esperança, que é ter Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República e para isso tem que ter uma chapa que tenha nitidez, que tenha essa identidade", declarou a dirigente comunista.

Em sua fala, Luciana Santos também pontuou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff - que tem sido um dos principais argumentos de petistas e aliados que se colocam contra a indicação de André de Paula (PSD) para o Senado, já que o parlamentar teve voto favorável ao processo - mostrando que o PCdoB sempre esteve ao lado dos petistas.

“O PCdoB, com toda a modesta que me cabe, nesse momento, nós construímos nesse tempo todo uma situação que é a seguinte: nós sempre tivemos lado”, afirmou. “No momento em que existiu uma grande onda no país, nós estávamos lá na linha de frente na luta contra o impeachment, acusando que aquilo era um golpe de Estado”, completou.

Por fim, Luciana Santos encerra o evento afirmando que "o que virá é a Frente Popular de Pernambuco, com Luciana senadora, Fora Bolsonaro e Lula presidente", sem citar novamente o pré-candidato a governador pelo PSB.

Outros nomes

Vale lembrar que o PT indicou na semana passada o nome do deputado Carlos Veras para ser o candidato a senador. Há expectativa de que a chapa completa possa ser apresentada até o fim de abril. “É possível que não pensamos todos da mesma maneira, mas compreendemos, respeitamos e vamos caminhar de tal forma que a gente se encontre mais adiante", declarou o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB). 

"Os postulantes têm suas legitimidades, mas entendemos que precisamos juntar as forças populares, progressistas e até mesmo aqueles que não tem tradição de lutar pela democracia, mas não querem o fascismo, nós temos que juntar todos eles para colocar o fim no governo Bolsonaro. Mas, gostaríamos de ao olhar para a luta em curso no Brasil, encontrarmos a cara do povo nessa chapa. Não há uma face que pareça mais com o povo, do que a face de Luciana Santos”, completou o parlamentar. 

O deputado estadual e presidente da Comissão de Legislação e Justiça da Assembleia Legislativa, marido de Luciana, Waldemar Borges (PSB), também defendeu o nome dela para a única vaga do Senado destinada a Pernambuco. “Dentro dessa conjuntura, você dentro desse contexto o melhor nome do ponto de vista político e do ponto de vista eleitoral para ajudar Lula a governar em Brasília”, afirmou.


Federação

Nesta segunda-feira (18), o PT, PCdoB e PV oficializam o estatuto de formação da federação partidária, intitulado de “Brasil da Esperança”. A partir dessa consolidação, a federação terá a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffamann, como a primeira presidente do grupo. Já Luciana Santos (PCdoB) será a primeira-vice presidente e o segundo vice será José Luís Penna (PV)O mandato é de um ano, com rodízio entre os presidentes de cada um dos partidos, podendo haver recondução por decisão unânime.

Na composição da Assembleia Geral, cada partido terá de indicar no mínimo 30% de mulheres e no mínimo 20% respeitando o critério étnico-racial. A Comissão Executiva Nacional da Federação terá 18 membros. Os presidentes de cada um dos partidos são membros natos da comissão e as outras 15 vagas seguirão a proporção dos votos obtidos na eleição para a Câmara de 2018.

“A FE Brasil surge desafiada por uma grande responsabilidade: atuar como força decisiva para libertar nosso país do desastroso governo da extrema da direita. Tendo em vista essa gigantesca tarefa, a Federação terá que, em torno da liderança da ex-presidente Lula, agregar, reunir e mobilizar amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais para que o povo e a democracia sejam vitoriosos nas eleições de outubro”, afirmam os partidos, por meio de nota.

EXCLUSIVO: André de Paula deve ser anunciado pelo PSB como pré-candidato ao Senado; se não, pode negociar com Marília

A Frente Popular está prestes a fechar sua chapa. André de Paula (PSD) espera ser indicado, mas, caso contrário, pode negociar com Marília Arraes (SD)

EXCLUSIVO: André de Paula deve ser anunciado pelo PSB como pré-candidato ao Senado; se não, pode negociar com Marília

Após semanas marcadas por rusgas e tropeços, a Frente Popular está prestes a definir sua chapa. Informações exclusivas obtidas pela reportagem dão conta que nesta terça (19), às 16h, o PSB deve se reunir com aliados para fechar a escolha do seu candidato ao Senado. O nome favorito é André de Paula (PSD).

Nos bastidores, aliados próximos ao presidente estadual do PSD estão na expectativa de que o deputado federal seja anunciado pelo PSB como candidato ao Senado. Dessa forma, ele iria compor a chapa de Danilo Cabral, pré-candidato dos socialistas ao Governo de Pernambuco.

Na avaliação de um nome de confiança do deputado, ouvido sob reserva pela reportagem, "a definição está demorando muito, gerando desgaste demais". Caso não seja escolhido, o interlocutor aponta que André de Paula pode procurar outros caminhos, fora da Frente Popular.

Para André de Paula, pesa o possível acordo entre Lula e Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. Dessa forma, o deputado pernambucano, presidente estadual do partido, fica mais perto da vaga ao Senado. Além disso, há um acordo firmado com o PSB na eleição pela Prefeitura do Recife, em 2020, que previa o deputado se candidatando à Câmara Alta.

O PT também luta pela candidatura ao Senado e indicou à Frente Popular o nome de Carlos Veras. Os petistas já deixaram claro: caso André de Paula seja escolhido, não vão para a rua fazer campanha para a chapa encabeçada pelos socialistas.

Contra o deputado, opositores apontam uma associação com o Governo Federal. É que o parlamentar, segundo o Congresso em Foco, tem um índice de 'governismo' de 91%: ou seja, ele teria acompanhado a base de Bolsonaro em boa parte das votações em Brasília.

Aliados próximos a André de Paula, por sua vez, já pensam num 'plano B'. Caso o presidente do PSD não seja anunciado pelo PSB, avaliam a possibilidade de retomar as conversas com Marília Arraes (SD) para lançá-lo ao Senado pela chapa de oposição.

FOTO: THOMAS RAVELLY
Garanhuns fez encontro da Frente Popular e André de Paula apareceu o palanque - FOTO: THOMAS RAVELLY

Em tempo, nesta semana o deputado federal fez um aceno dedicado à pré-candidata, que deixou o PT para disputar o Governo de Pernambuco. Na última pesquisa eleitoral, o presidente do PSD estava em segundo lugar na disputa pelo Senado, atrás apenas da própria deputada federal.

"Admiro muito Marília [Arraes], é mais que uma colega, é uma amiga. Tem legitimidade para ter essa pretensão”, disse o dirigente estadual do PSD, em entrevista concedida à Rede Pernambuco de Rádios. Nos bastidores, sabe-se que André conversou com a pré-candidata após sua saída do PT.

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