O Recife pode passar a contar com a cobertura da conexão 5G antes do prazo final estipulado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anate) como prazo final para oferta do serviço. De acordo com a Tim, a capital pernambucana segue como prioridade dentro do plano de investimentos que envolvem a quinta geração e espera, atualmente, a liberação de espectro que ainda é feita pela Anatel para contar com o 5G standalone (puro).
"No Recife, a gente tem alguns passos em discussão com órgão regulador, como a liberação de espectro que está em discussão com a agência reguladora, e podemos ter alguma antecipação desse prazo, que é no fim do primeiro semestre de 2022 (para operação do sinal 5G). A nível estrutural, assim que tiver a liberação, podemos prover uma cobertura bastante ampla", diz o gerente de engenharia da Tim, Homero Salum.
De acordo com ele, a expectativa é de que nos primeiro meses de 2022, a Anatel conclua a liberação de espectro, no caso o de 3.5 GHz. "Há uma coexistência com a parte satelital e isso vai ter algum translado de frequência, para estarem as frequências estarem disponíveis para as operadoras", complementa.
No Recife, a Tim já mantém ativo o sinal do 5G DSS, que garante uma experiência melhor do que a conexão 4G, mas está longe do desempenho em relação à velocidade e latência para conexão que o 5G dispõe. A rede DSS também ficou restrita a algumas localidades da cidade.
"Temos um olhar especial para o Nordeste. Em todas as capitais estamos trabalhando muito forte na infraestrutura. Assim que tiver a liberação de espectro, estaremos com a infraestrutura pronta", reforça Salum.
Com a conexão mais veloz até 100 vezes do que o 4G, demanda uma infraestrutura robusta de antenas e rede de fibra ótica para que o serviço chegue com qualidade. Embora a capital pernambucana seja apontada pela sindicato das empresas de telecomunicação, Conexis, como uma cidade deficitária para receber a tecnologia, a Tim diz que num primeiro momento não há riscos de atraso para implementação.
"Neste primeiro momento, deve acontecer sobre as estruturas já existentes (a ativação do sinal 5G), colocando nas antenas que as empresas já possuem. O que pode colocar um pouco mais de complexidade é no segundo estepe. Nesse caso, os municípios que aderirem à nova regulamentação têm mais facilidade para ampliar a cobertura e prover mais qualidade. Para esse primeiro momento, as operadoras estarão utilizando de forma geral a sua estrutura existente", afirma o gerente de engenharia.
A regulamentação à qual o executivo se refere é a Lei Geral das Antenas, que estabelece normas gerais para implantação e compartilhamento da infraestrutura de telecomunicações. A capital pernambucana, ainda segundo a Conexis, tem 'média aderência' à legislação, ou seja, ainda precisa de mudanças na legislação municipal para atender a nova legislação.
Mesmo com a previsão de antecipação dos prazos, a Tim ainda mantém em sigilo por quanto a tecnologia de fato chegará ao consumidor. Questionada sobre a política de pacotes e alta dos custos arcados pelo cliente, a companhia confirmou que haverá um preço diferenciado.
"É óbvio que se estamos disponibilizando um produto diferenciado, em qualquer indústria, o preço é diferente. Mas isso ainda depende de diversos fatores e produtos que estão na nossa estratégia, que agora não posso adiantar, porque estão ligados com o sucesso da nossa estratégia com o 5G", diz o diretor comercial da Tim no Nordeste, Bruno Talento.
A operadora vê na região nordestina um potencial de atração de 50 milhões de clientes. Em 2021, houve um crescimento de 4% da sua base de clientes, que atualmente conta com 11,8 milhões (cerca de 25% do total no País).
Outro desafio na ampliação da base de clientes diz respeito à compra da fatia móvel da OI, que segue com o processo de compra ainda em avaliação no Cade. A nova previsão é para fevereiro de 2022, e só então, caso aprovado o negócio, a operadora poderá fazer a migração dos atuais clientes da Oi que serão assimilados à Tim e estão em boa parte pagando por planos pré-pagos. Com isso, a Tim vai iniciar operação em 76 novos municípios da região Nordeste que eram atendidos pela Oi.
Em 2022, a empresa espera abrir 29 novas lojas físicas, sendo cinco delas em Pernambuco. Até o fim deste ano, a Tim pretende levar cobertura 4G para 100% dos municípios de Pernambuco, além de Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.