Insegurança no futebol

Agressões a torcedores e ameaças aos jogadores "viram rotina"; relembre casos recentes com Náutico, Santa Cruz e Sport

Vários acontecimentos trazem insegurança para quem frequenta os estádios (e arredores) de Náutico, Santa Cruz e Sport

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Robert Sarmento

Publicado em 20/05/2022 às 8:57 | Atualizado em 20/05/2022 às 12:35
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O tratamento dado aos torcedores de Náutico, Santa Cruz e Sport e a violência vem sendo um problema para quem gosta de ir aos estádios. Neste ano, em Pernambuco, ter confusão virou recorrente.

Desde dificuldades de chegar às arquibancadas, ataques de integrantes de torcidas organizadas a cidadãos e até mesmo briga com jogadores de futebol, que alegaram defesa.

Abaixo, relembre acontecimentos recentes envolvendo as torcidas de Náutico, Santa Cruz e Sport, no qual atos de maus-tratos, agressões e confusões foram registrados.

NÁUTICO

O fato do torcedor do Náutico ser atingido por uma pedrada na partida contra o CSA, em jogo disputado na noite da quinta-feira (19 de maio de 2022), nos Aflitos, aumentou a estatística de violência.

Em nota enviada à reportagem do Blog do Torcedor, a Polícia Militar informou que as pedras arremessadas nas arquibancadas vieram de fora do estádio. Confira a nota da PM na íntegra.

A Polícia Militar de Pernambuco esclarece que, durante a partida entre Náutico e CSA, na noite de ontem (19), policiais militares do Batalhão de Choque precisaram fazer uso de técnicas de controle de distúrbio civil para dispersar um tumulto onde algumas pedras foram arremessadas na arquibancada.

Na área externa, artefatos caseiros foram arremessados em direção à torcida do CSA, enquanto entrava no estádio dos Aflitos. Uma pessoa ficou ferida e foi socorrida para o Hospital da Restauração pelo policiamento. PMs a pé e motorizados estavam acompanhando os torcedores. A autoria da agressão é desconhecida e até o momento ninguém foi preso.

Em fevereiro, os jogadores do Náutico entraram em conflito com membros de torcida uniformizada após derrota para Retrô no Campeonato Pernambuco. As imagens circularam na internet.

Na ocasião, a direção do clube alvirrubro emitiu uma nota de repúdio e afirmou que "sempre irá trabalhar pelo melhor do clube, incluindo a segurança de jogadores, funcionários e torcida".

Pouco tempo depois, a mesma torcida organizada tentou invadir o vestiário do Náutico após derrota para o Sport na competição estadual e a Polícia Militar foi necessária para dispersar o tumulto.

Houve trocas de provocações com os seguranças do Náutico, até a chegada da PM para tranquilizar a situação. Foi quando começou a correria e o ambiente nas redondezas do estádio amenizou.

SANTA CRUZ

Em má fase dentro de campo, o elenco do Santa Cruz também ficou à margem da insegurança quando uma torcida organizada invadiu o Centro de Treinamento e o Estádio do Arruda.

A situação contribuiu para que o então treinador da equipe, Leston Júnior, fizesse um pronunciamento expondo a situação interna do clube coral e cobrando por melhorias.

Outra contexto, que apesar de não haver violência e sim desorganização, mas serve como exemplo de como o tratamento ruim também afasta o torcedor do estádio, foi a partida entre Santa Cruz x ASA.

No primeiro jogo no Arruda pela Série D, o Santa Cruz fez campanha para 20 mil pessoas no estádio. No entanto, o que se viu foi tumulto e até vários torcedores desistindo de ver a partida.

O clube teve que se pronunciar, admitir a falha na operação e prometer mudanças. 'Não é admissível que ocorram situações como as registradas com a valorosa torcida do Santa Cruz", diz a nota.

SPORT

A insegurança no futebol pernambucano atinge o Trio de Ferro do Recife. Em um jogo do time Sub-17 do Sport pela Copa do Brasil, mais uma vez a torcida organizada mostrou ser sinônimo de violência.

Alguns integrantes invadiram o espaço dos torcedores do Corinthians e agredidos de várias formas que apenas estava presente para torcer pelo clube do coração.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) identificou crimes de lesões corporais, roubo e vias de fato, e pediu investigação à Polícia Civil, que realiza inquérito para tipificar as condutas e identificar as pessoas.

Tanto Sport quanto Corinthians repudiaram o ocorrido. Além disso, o presidente rubro-negro, Yuri Romão, afirmou que haveriam mudanças nos procedimentos internos de segurança.

Em nota, a Polícia Militar de Pernambuco informou que não teve efetivo na partida, pois a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) não fez nenhuma solicitação.

Infelizmente, a violência não é "exclusividade" de 2022. O problema é mais antigo, e proibições de a apitos e hastes de bandeira, como medidas de segurança, causam polêmica.

Em Pernambuco casos como a privada arremessada do Anel Superior do Arruda, que matou um torcedor do Paraná em 2014, e do tiro na nuca de Lucas Lyra, em 2013, que o fez perder a mobilidade do lado esquerdo do corpo, 90% da audição e a visão periférica, permanecem na memória do torcedor.

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