O número de casos de covid-19 por semana voltou a subir, após uma grande queda. Já as mortes em função da pandemia do novo coronavírus seguem caindo. As informações estão no novo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira (29) na reunião da Comissão Intergestores Tripartite do Sistema Único de Saúde (SUS).
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A semana epidemiológica (SE) 43 considera o período entre 18 e 24 de outubro. O termo semana epidemiológica é empregado para analisar a evolução de uma determinada pandemia. Nesta semana foram registrados 156.273 novos casos, 10% a mais do que na SE anterior, quando foram notificados 14.1725.
Entre a SE 42 e a 41, a queda havia sido de 19,4%. A retomada do crescimento ocorreu em todas as regiões. Os maiores índices de crescimento se deram no Norte (35%), Sul (21%), Centro-Oeste (11%), Sudeste (4%) e Nordeste (2%).
O total de óbitos registrados pelas autoridades de saúde na semana epidemiológica 43 ficou em 3.228, 7% a menos do que na semana anterior, quando as mortes contabilizadas somaram 3.447.
A diminuição, contudo, representa uma desaceleração em relação à SE 42, quando a redução foi de 17,5% em relação à anterior. Na distribuição por regiões, a queda foi maior no Sudeste (-29%) e no Centro-Oeste (-15%), mas houve crescimento no Norte (14%) e Sul (9%).
O secretário de Vigilância em Saúde do MS, Arnaldo de Medeiros, falou sobre a retomada do crescimento de casos e afirmou que, apesar dos dados desta semana, "quando olhamos nos 14 dias, o espaço que a gente entende sendo epidemiologicamente interessante para análise, o número de novos registros cai 9%. Quando olhamos novos registro de óbitos, Brasil vem em queda bastante consolidada há várias semanas", avaliou.
Os representantes do Ministério anunciaram um novo programa, denominado "Vigiar SUS". Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, a iniciativa estará baseada na melhoria da vigilância, do alerta e das respostas em caso de emergências em saúde.
Serão ampliados os Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde - responsáveis por fazer detecção imediata de riscos epidemiológicos, avaliar, emitir alerta e elaborar plano técnico. As estruturas serão levadas a todas as capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes.
O programa de formação de epidemiologistas do SUS será ampliado, visando ampliar estes profissionais especializados e equipes de pronta resposta. A previsão do governo é de aumento de 89% das vagas e de 117% para formação avançada.
Nos hospitais, há a promessa de investimento para ampliar de núcleos de epidemiologia de 238 para 675 unidades. A detecção de vírus e síndromes respiratórias será incentivada a ocorrer de forma precoce. Isso, explicou Arnaldo de Medeiros, facilita a participação e os benefícios em empreitadas de pesquisa sobre vacinas internacionais, como o consórcio atual da OMS.
O Vigiar SUS tem ainda ações previstas no programa de imunização, em que já foram anunciadas parcerias como a da vacina de Oxford no caso do coronavírus.
Está previsto também um inquérito soroepidemiológico para estimar a prevalência do coronavírus no Brasil. Ele será feito em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e abarcará aproximadamente 600 mil pessoas em 3.364 municípios.
Na reunião da Comissão Intergestores Tripartite, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, manifestou preocupação dos responsáveis pelos órgãos estaduais com o risco de uma nova onda no Brasil e apontou a necessidade de garantir a permanência de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) abertos para atender pessoas durante a pandemia neste ano.
"A gente tem de discutir a situação dos leitos de UTI. A gente conseguiu incorporar muitos na rede, parte está sendo desabilitada mas parte precisa ser mantido como reserva estratégica e necessários à manutenção do sistema. A gente sabe que é impossível conseguir tudo, pois recursos são finitos, mas a manutenção deste leitos de UTI para o próximo ano é fundamental para o equilíbrio do SUS", defendeu Lula.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.