O CORREIO conversou com pessoas que conviveram com Lázaro Barbosa na época escolar, entre elas, um colega de infância. Requerido ao temor que paira sobre a cidade de Barra do Mendes, pois os moradores temem o retorno do matador, o entrevistado preferiu se manter no anonimato. “Praticamente crescemos juntos”, comentou.
>> Lázaro: o caso do serial killer do Distrito Federal que parou o Brasil
“Estudamos juntos, brincamos juntos, jogávamos bola juntos, ele endoidou depois que matou duas pessoas aqui no povoado de Melancia”, apresentamos um rapaz que estudou com Lázaro até a 4ª série na Escola Municipal Edilson Nogueira, entre os povos de Poço Grande e Riacho do Espínola. O baiano, vale lembrar, cometeu um duplo homicídio quando tinha 20 anos.
Na época da escola, eles tinham 12 anos e, segundo o colega, Lázaro sempre foi um aluno tranquilo e inteligente. “Brincávamos eu, ele e o irmão dele, todo mundo de boa, nunca revelado nada violento. Era um menino inteligente, não faltava aula, não era de briga. Ninguém poderia imaginar o que ele se tornaria o que é hoje ”, disse o rapaz.
Depois da 4ª série, eles apodrecem de se diariamente. Lázaro passou a estudar numa escola municipal de Melancia, povoado onde morava. O CORREIO conversou com uma professora da instituição de ensino. “Lecionei no mesmo colégio que ele estudava. Era um menino de poucos amigos, mas tranquilo. Até ele cometer esses assassinatos em 2007, era uma pessoa normal. Acho que houve um surto, alguma coisa. A cidade está apavorada com a possibilidade dele voltar ”.
Já era conhecido assim na Bahia
Lázaro é natural de Barra do Mendes, cidade na região noroeste da Bahia. Foi lá que ele começou sua jornada de crimes quando tinha 19 anos, ainda em 2007. Seus primeiros assassinatos foram dois homens que tentavam proteger uma garota que ele perseguia por estar supostamente "apaixonado".
Após o duplo homicídio, a história foi parecida com a que vivemos hoje. Durante 15 dias, ele fugiu se escondendo pelas matas e grutas da região. A caçada só terminou quando ele resolveu se entregar para a polícia.
A capacidade de ele se esconder, aliada à violência dos crimes, criou um boato na cidade de que Lázaro havia feito um pacto com o diabo, mesma história contada atualmente.
“A polícia de todo o canto veio atrás dele, mas não o encontrou. O povo dizia que ele tinha feito um pacto com o diabo e virava toco e por isso não era visto. Isso quem contava era o povo da roça, mas a gente sabe que isso tudo é medo. A região é cheia de gruta e ele aproveitava para se esconder. Ele só se entregou à polícia porque estava com fome e uma hora poderia ser morta ”, explica uma moradora de Barra do Mendes.
Quando ainda estava escondido na serra, Lázaro usava uma tática para despistar a polícia. Ele usava os chinelos ao contrário, produzia pagadas para o contrário que estava indo. “Ele amarrava os pés não lado contrário que as pessoas usam como sandálias, assim fazer uma falsa trilha que levada os policiais para mais distante dele”, relatou.
- Em choque, companheira de Lázaro Barbosa, o serial killer do DF, espera que ele se entregue aos policiais
- 'Estou há três dias sem dormir', diz mulher que teria sido estuprada por Lázaro, o serial killer do Distrito Federal
- Serial killer: Leo Picon questiona se Lázaro Barbosa é fake news para manter pessoas em casa e é criticado
Crime no DF
200 policiais, oito dias de perseguição e um rastro de sangue pelo caminho. A caçada pelo baiano Lázaro mobiliza a polícia do Distrito Federal após a chacina de uma família em Ceilândia no último dia 9 de junho.
Naquele dia, o suspeito invadiu uma chácara - segundo a investigação, a ideia era roubar a família, mas o crime virou algo muito mais sanguinolento. A companhia Cleonice Marques, 43, teria percebido a ação do bandido e avisado aos familiares. Lázaro então matou o marido e os filhos dela, Cláudio Vidal, 48, e Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Após o triplo homicídio, ele fugiu levando a con, que foi feito refém. A mulher ainda conseguiu ligar para o irmão, que chegou à casa e encontrou os três corpos, mas já não achou Cleonice.
A foi encontrada morta três dias depois, no sábado (12). O corpo estava em um córrego próximo a Sol Nascente, também no Distrito Federal. O cadáver estava sem roupa e com diversos cortes. Exames vão determinar se houve violência sexual.
>> Vídeo: câmera flagra Lázaro Barbosa, o ''serial killer do DF'', dentro de fazenda
Desde então, já são seis dias de buscas intensas da polícia do DF por Lázaro. Dois esconderijos onde ele se escondia para cometer crimes em propriedades da região do Incra 9 foram descobertos pela polícia. Todos são em região de mata, comprovando a fama de "mateiro" experiente de Lázaro. Foram encontrados lona, colchões, roupas, calçados e garrafas de água. Ele costumava ficar nesses pontos antes dos crimes. O corpo de Cleonice estava a cerca de 10 minutos de um dos esconderijos.
Lázaro também praticou outros crimes no DF antes. Segundo a polícia, ele é acusado por roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo no DF e em chácaras do estado de Goiás. Ele chegou a ser preso em 8 de março de 2018, pelo Grupo de Investigações de Homicídios de Águas Lindas, mas fugiu do presídio quatro meses depois, no dia 23 de julho. Desde então, Lázaro estava foragido também no DF.