Após um jovem ter sido morto dentro de casa na última sexta-feira (18) durante uma operação policial em Presidente Dutra, no Maranhão, três policiais civis foram afastados de suas funções. As identidades dos oficiais não foram informadas. A ação se deu depois que os agentes receberem inúmeras denúncias informando que o rapaz estaria "enaltecendo" Lázaro Barbosa, criminoso apontado pela Polícia Civil do Distrito Federal como o autor da chacina de uma família em Ceilândia, no Distrito Federal, em 9 de junho.
De acordo com a polícia, o jovem foi morto após reagir à abordagem. A família do rapaz, no entanto, contesta a versão, e alega que ele tinha transtornos mentais. No momento em que foi morto, o jovem identificado como Hamilton César Lima Bandeira, 23, estava acompanhado do avô, de 99 anos. A arma utilizada na ação ainda não foi apresentada.
Na última sexta-feira (18), após os agentes policiais receberem inúmeras denúncias informando que o suspeito estaria "enaltecendo" Lázaro, três agentes da delegacia de Presidente Dutra foram até a casa de Hamilton, que era suspeito de apologia ao crime, segundo a polícia. Além de enaltecer Lázaro, o jovem teria feito mensagens ameaçadoras nas redes sociais, e divulgado fotos segurando uma faca, "dando a entender que faria algo semelhante".
Quando as equipes chegaram à casa do suspeito, o encontraram na companhia do avô. De acordo com a Polícia Civil, o homem não atendeu a ordem policial e tentou atacar a equipe. “Diante da situação apresentada, tiveram (policiais) que efetuar disparos de arma de fogo contra o rapaz”, destacou a unidade policial em nota.
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O avô do rapaz, porém, diz que não foi bem assim que a situação aconteceu. Segundo ele, o rapaz não reagiu e nem estava armado. "Eles perguntaram quem estava na casa, e eu disse que era eu e o Hamilton. Foi quando eles [policiais] entraram. O Hamilton levantou da cama, segurou na cortina e foi olhar. Aí eles atiraram", contou o idoso ao UOL.
Histórico de distúrbios mentais
Estudante do Ensino Médio, Hamilton possuía transtornos mentais desde criança, de acordo com a família. Em uma publicação feita em uma rede social, ele deu "boa sorte" a Lázaro e se disse fã do homem que está foragido há 14 dias. Para a mãe, apesar das declarações, ele não tinha nenhuma intenção de praticar algum crime.
"Ele ficava falando essas coisas, mas não era agressivo. Ele tomava remédio controlado e antidepressivos e sofria com transtorno de ansiedade. Tinha 23 anos, mas era como se fosse um menino de 12. Não tinha maldade. Gostava de brincar jogando bola com as crianças menores", contou a mãe ao UOL.
A mulher também acusa os policiais de entrarem na residência sem uma ordem de Justiça e tentarem prender Hamilton sem uma ordem de prisão.