A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um ofício ao Ministério da Saúde, nesta quinta-feira (18), solicitando informações sobre os "elementos técnicos que embasaram a decisão" de aplicar doses de reforço das vacinas contra a covid-19.
De acordo com a agência, os esclarecimentos solicitados são necessários sob o ponto de vista sanitário, especialmente no que se refere ao monitoramento do uso dos novos esquemas vacinais no Brasil.
Na noite de quarta-feira, em uma nota técnica, o governo apontou que a decisão pela dose de reforço foi tomada sob a guarda da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid).
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Segundo o ministério, compete à Secovid “definir e coordenar as ações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação relativas às vacinas Covid-19, no âmbito do Programa Nacional de Imunizações."
Na nota técnica, a principal justificativa apontada pelo Ministério da Saúde foi um estudo de Israel relacionado à Pfizer e à Moderna. "Os autores sugerem em sua conclusão de que doses de reforço podem ser necessárias em decorrência da redução na resposta imune observada também em outros estudos", aponta a Secovid na nota técnica.
De acordo com a Anvisa, os dados disponíveis até aqui sugerem diminuição da imunidade em algumas populações, ainda que totalmente vacinadas. "A Agência vem acompanhando as decisões de outros países sobre a vacinação de reforço, bem como os resultados dos estudos de efetividade realizados pela Fiocruz, os quais apontam para a necessidade da dose de reforço", diz trecho do comunicado do órgão.
A decisão de definir o reforço ocorreu sem a consulta à Anvisa, que vinha mantendo conversas com os fabricantes das vacinas e aguardava dados sobre a eficácia do reforço.
"O aprendizado gerado no enfrentamento e no controle da pandemia mostrou que a disponibilização de doses de reforço das vacinas é importante para a manutenção da proteção contra a covid-19, e que deve ser avaliada considerando a relação dos benefícios versus os riscos individuais, especialmente para as pessoas que trabalham ou vivem em ambientes de alto risco de infecção, os idosos e os imunocomprometidos", diz outro trecho do comunicado da Anvisa.
Em nota divulgada no dia do anúncio, a Anvisa ressaltou que outras decisões semelhantes (de aplicar a dose extra) tomadas pelo mundo contaram com a participação das agências reguladoras dos respectivos sistemas de saúde.
"Antes de incorporar a dose de reforço das vacinas, países como Estados Unidos, Canadá, Indonésia, Grã-Bretanha, Israel, membros da Comunidade Europeia e outros submeteram a estratégia à avaliação prévia das suas autoridades reguladoras. Primariamente, a terceira dose ou dose de reforço foi indicada para pessoas com sistema imunológico enfraquecido, idosos e profissionais de saúde", informou a Anvisa na terça-feira (16).