As manchas de óleo que vêm aparecendo no litoral do Nordeste desde o final de agosto chegaram neste sábado (19) às praias da cidade de Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco. De acordo com a prefeitura, 4 toneladas de óleo foram retiradas do litoral do município até às 15h30 deste sábado. O material foi recolhido por voluntários.
Segundo o comerciante Juvenal dos Santos, que é morador da região, a chegada do óleo afetará a vida marinha. "Aqui é uma desova de tartarugas e essas desovas serão afetadas com isso. Os corais, os peixes, cavalos-marinhos também serão afetados", contou. Além disso, o morador disse que o comércio da região também está sendo atingido. "A minha esposa tem um bar aqui e o movimento caiu bastante. Os clientes não vêm para a praia. Se não fizermos a limpeza rapidamente, eles não chegarão até aqui", completou.
A empresária Rose Reither disse que o óleo chegou em 'pequenas partículas'. "Nós recolhemos tudo antes do sol nascer", disse.
O secretário de Meio Ambiente e coordenador do Comitê de Crise de Ipojuca, Erivelto Lacerda, alertou para o risco da chegada de novas manchas ao litoral ipojucano. "Ainda estamos no estágio de coleta. A maré está abaixando e nós estamos conseguimos identificar as micropartículas que estão chegando. A gente tem que aguardar a próxima maré, daqui a seis horas, para saber se vai vir outro evento como esse. Ainda estamos em alerta total", afirmou Lacerda. Segundo ele, milhares de pessoas estão mobilizadas para realizar a coleta da substância.
Até as 19h desta sexta-feira (18) a Prefeitura de Ipojuca não havia identificado nenhuma mancha de óleo no município. O litoral ipojucano está sendo monitorado pela Secretaria de Defesa Social e pela Secretaria de Meio Ambiente. A prefeitura informou que barreiras de contenção foram instaladas na foz do Rio Maracaípe para tentar minimizar o impacto ambiental no estuário.
A partir desta sexta-feira (18), o governador Paulo Câmara (PSB) instituiu uma Sala de Situação no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, para monitorar as manchas de óleo que chegaram ao litoral pernambucano.
A Sala de Situação reúne representantes das Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado, da Defesa Civil e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que atuam no caso.