O total de óleo misturado com areia e detritos recolhidos das praias do litoral nordestino desde o início do desastre ambiental que assola as praias da região corresponde a 5,8% da capacidade de carga do navio grego Bouboulina, da empresa Delta Tankers. Ele é o responsável, de acordo com a Polícia Federal, pelo derramamento de óleo litoral.
Nas praias do Nordeste foram recolhidos até 31 de outubro cerca de 4.600 toneladas de óleo, detritos e areia, de acordo com os governos estaduais. Isso significa 5,8% da capacidade de carga do navio, que é de cerca de 80 mil toneladas. Vale ressaltar que a capacidade total da embarcação é de 164 mil toneladas, que compreende a carga, passageiros, água, combustível, etc.
Nos cálculos da Polícia Federal, foram 2,5 mil toneladas de óleo retirados das praias, o que representa 3,1% da capacidade do navio.
O navio Bouboulina foi construído em 2006 e o seu nome é em homenagem a Laskarina Bouboulina, heroína na Guerra da Independência Grega. Ele possui 276 metros de comprimento e tem capacidade para carregar até 164 mil toneladas (somando a carga, passageiros, água, combustível, etc).
De acordo com monitoramento deito pelo site marinetraffic.com, às 14h14, no horário de Brasília, o Boubolina estava ancorado na Cidade do Cabo, África do Sul.
As investigações foram realizadas pela Marinha, Ministério Público Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e as universidades Federal da Bahia (UFBA), de Brasília (UnB) e Universidade Estadual do Ceará (UEC). Além disso, uma empresa privada do ramo de geointeligência ajudou nas investigações.
O juiz federal Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, determinou busca e apreensão na empresa Lachmann Agência Marítima, apontada como agente marítimo da Delta Tankers LTD. A empresa Witt O Brien's também foi alvo de busca e apreensão. As duas empresas são localizadas no Centro do Rio de Janeiro.