O pátio da feira de Casa Amarela, com suas barracas cobertas por lonas rasgadas e surradas, será reformado no primeiro semestre de 2020. Pelo menos é essa a promessa da Prefeitura do Recife, que pretende iniciar a obra em abril. “Vamos analisar o vencedor da licitação e a empresa escolhida terá 60 dias, a partir da assinatura do contrato, para elaborar o projeto executivo”, afirma a presidente da Companhia de Serviços Urbanos (Csurb), Berenice Andrade Lima. A feira funciona todos os dias ao lado do mercado público do bairro, na Zona Norte da cidade.
De acordo com Berenice, a empresa tem até abril para entregar o projeto executivo com soluções arquitetônicas e complementares para o ordenamento do comércio existente no local. A feira reúne 98 negociantes (o número de barracas é maior porque há feirantes com mais de um equipamento), 35 quiosques e três pessoas que vendem animais. “O projeto deve levar em consideração questões como drenagem, hidráulica, espaço para lavar alimentos, esgoto, ventilação e os acessos mais utilizados pelo clientes para chegar à feira”, diz.
A reforma do pátio da feira de Casa Amarela será a última etapa do projeto de recuperação do chamado Complexo Comercial de Casa Amarela, formado pelo mercado público, anexo 1, anexo 2 (Cobal), Centro de Comércio Popular Sempre Viva e pela feira. A Csurb espera concluir ainda este mês as intervenções iniciadas nos outros quatro equipamentos. “No mercado principal, estamos terminando melhorias na praça de alimentação em volta do prédio, refizemos os telhados dos boxes de alimentação e alargamos os passeios”, declara Berenice.
A obra ano anexo 1 contempla banheiros e coberta; no anexo 2, banheiros e praça de alimentação; e no Sempre Viva, banheiros e espaço de convivência. “É um trabalho para valorização desse complexo e todas as ações se harmonizam com o prédio histórico do mercado principal”, destaca Berenice Andrade. O tempo de duração da reforma do pátio da feira e valor do serviço serão detalhados no projeto executivo.
Enquanto aguardam a intervenção prometida pela prefeitura, feirantes enumeram problemas que precisam ser corrigidos no pátio. “Não temos um poste que forneça energia para a feira, a gente puxa energia dos fiteiros; não temos um administrador; limpeza e dedetização são feitas por nós mesmos; e a prefeitura deixou de lavar o pátio”, enumera Ângela Maria da Silva Oliveira, vendedora de frutas numa barraca alugada.
Ela disse que os proprietários não querem trocar as lonas da coberta das barracas porque estão aguardando a reforma anunciada pela prefeitura. “Não vale a pena gastar dinheiro com a lona, agora, porque é provável que todas as bancas sejam modificadas”, pondera Ângela Maria.
O feirante Diego Show acrescenta que o pátio não é lavado pela prefeitura há dois anos. “Antes, essa limpeza era feita uma vez por semana, agora a feira de Casa Amarela só é lavada quando chove, é uma vergonha, eu mesmo ajeitei o piso em volta da barraca”, ressalta Diego.
Moradora de Casa Amarela e cliente da feira do bairro, Andriele Correia afirma que o espaço precisa de uma reforma geral. “Em dias de chuva o chão vira lama”, diz Andriele. A presidente da Csurb afirma que o pátio da feira é lavado, mas houve redução na frequência. “Falhas acontecem e reclamação sempre haverá”, avalia Berenice Andrade.