Início de ano agitado movimenta comércio em Porto de Galinhas

A ocupação média nos fins de semana é de 95% na praia mais badalada do Litoral Sul
AMANDA RAINHERI
Publicado em 12/01/2020 às 8:25
A ocupação média nos fins de semana é de 95% na praia mais badalada do Litoral Sul Foto: Foto: Felipe Ribeiro/ JC Imagem


Restaurantes cheios, filas para passeios de barco e muitos ambulantes pelas areias. A alta temporada em Porto de Galinhas é sinônimo de movimentação e lucro. E, se o óleo que chegou ao litoral pernambucano em outubro do ano passado assustou comerciantes da área, que temiam queda na procura das praias, esse parece agora um fantasma distante.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (Abih -PE), a ocupação em Porto de Galinhas tem ficado em torno de 80% em dias de semana e chega a 95% nos fins de semana. “A procura está muito boa. Quando o óleo chegou a Pernambuco, ano passado, a gente temia que fosse prejudicar as festas de fim de ano e este mês de janeiro, mas isso não aconteceu. No Natal e no ano-novo, tivemos ocupação de 96% em Porto de Galinhas”, afirma Eduardo Cavalcanti, presidente da Abih no Estado.

Jangadeiro há mais de 25 anos, Carlos Luís da Silva, 51, diz que há tempos não via tanta gente em Porto. “Ano passado foi bem fraco. Ficou ruim o movimento até o mês de julho. Foi quando começou a melhorar um pouco. Quando a alta temporada começou, lá por 23 de novembro, a gente já sentiu a quantidade de turistas aumentar”, conta. Os passeios, segundo ele, são disputados, porque é de jangada que as pessoas conseguem chegar às piscinas naturais, as grandes atrações do litoral.

Nos restaurantes, o temor do óleo também se dissipou. “A gente ficou preocupado quando o óleo esteve aqui perto, mas as manchas não atingiram Porto de Galinhas, graças a Deus. Hoje a situação está normal”, afirma o empresário Ricardo Barreto, dono do Munganga Bistrô, localizado próximo às piscinas naturais, na beira-mar.

CONTROLE URBANO

Vendedor de chapéus há dez anos, o comerciante José Daniel da Silva, 51, vive outra realidade. “De 2018 para cá, as vendas não são mais as mesmas. Antigamente, dava para vender R$ 500 por dia. Hoje, posso dizer que esse valor caiu 40%.” Para ele, a queda nas vendas tem explicação: a falta de controle do poder público. “A gente tem cadastro, autorização para trabalhar, mas tem gente que vem de fora e não tem. Isso acaba gerando excesso de vendedor e prejudica a gente.”

Em nota, a Prefeitura de Ipojuca informou que a Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano realizou, há dois meses, o recadastramento dos vendedores ambulantes nas praias do litoral Ipojuca e tem fiscalizado a atuação deles. “A fiscalização do Controle Urbano ganha reforço neste verão na tentativa não só de ordenar, mas de coibir as abordagens excessivas de comerciantes não cadastrados que, por vezes incomodam os turistas”, diz o comunicado.

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