Noiva de promotor presta depoimento e reconhece um dos acusados

A advogada Mysheva Ferrão Martins, noiva do promotor Thiago Faria Soares, assassinado a tiros no início da semana na PE-300, Agreste Pernambucano, prestou depoimento nesta quarta-feira (16) na Delegacia de Águas Belas. Na escuta, Mysheva - que chegou muito abalada e amparada por familiares - afirmou que reconhecia Edmacy Ubirajara, 47 anos, como um dos executores de Thiago.

Edmacy é cunhado do fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o Zé Maria de Mané Pedro, principal suspeito de ser o mandante do crime, e foi preso na última terça-feira (15). Por recomendação do promotor Thiago Faria, Zé Maria teve parte de uma fazenda sua desapropriada para o pagamento de dívidas trabalhistas. Os 25 hectares foram arrematados por R$ 100 mil por Mysheva. Zé Maria continua foragido.

Quando Mysheva Ferrão chegou à delegacia no final da manhã muitos moradores da região se aglomeravam na frente do espaço. Parentes do suspeito também estavam no local, mas não chegou a haver nenhum mal-estar entre eles e os familiares da noiva da vítima. O depoimento seguiu até aproximadamente as 15h. A polícia, no entanto, não passou maiores informações sobre os dados repassados pela advogada.

CASO - O promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 37 anos, foi assassinado com quatro tiros de espingarda calibre 12 dentro do próprio carro, um Hyundai Vera Cruz de placa KGI-3786, por volta das 9h da última segunda-feira (14), na PE-300, quando seguia Águas Belas, onde residia, para Itaíba, no Agreste pernambucano. Thiago estava acompanhado de sua noiva, Mysheva Ferrão Martins e do tio dela, Adautivo Elias Martins, que não ficaram feridos na ação.

INVESTIGAÇÕES - Uma força-tarefa composta por policiais civis e militares, dois procuradores enviados de Brasília, além de representantes do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal foi montada na última segunda-feira (14) para investigar o caso.

Edmacy Ubirajara foi preso em Águas Belas após se apresentar espontaneamente na delegacia do município. No local, foi verificado que o homem tinha um mandado de prisão expedido em 2000 por envolvimento com roubo de carro. Um segundo suspeito, que dirigia o carro para que Edmacy atirasse contra o promotor, continua foragido.