Atualizada às 15h39
De braços cruzados desde a última segunda-feira, os médicos da rede pública do Recife denunciam uma série de descasos por parte do poder público. Entre as reclamações, está a situação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que tratam dos casos relacionados à saúde mental e à dependência de álcool e outras drogas.
O Caps Professor Luiz Cerqueira, localizado no bairro de Santo Amaro, área Central da capital, ilustra bem a situação. Com pias e janelas quebradas, paredes descascadas, parte do teto desabado, entulhos e lixo espalhado, a unidade teve que ser fechada, por falta de condições de funcionamento.
“Agora, o atendimento é realizado em uma unidade anexa, que apresenta diversos problemas estruturais. Falta tudo. A única coisa que funciona é o material humano. E mesmo assim, os profissionais terminam sobrecarregados, porque o Caps, que deveria ter atendimento voltado para dependência de drogas, crianças e adolescentes, absorveu outras demandas, porque outros centros fecharam”, denuncia Marcus Villander, diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). Segundo ele, a prefeitura não deu prazo para a execução da obra de recuperação do espaço.
Em um ofício destinado à Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), a Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP) também citou a situação do Caps Luiz Cerqueira, que está servindo como campo de práticas para o recém aprovado Programa de Residência Médica (PRM) em Psiquiatria da Infância e Adolescência (PIA), afirmando que a unidade “encontra-se com estrutura precária, incompatível com a formação de novos profissionais.”
Uma assembleia será realizada amanhã, às 9h, para decidir se o trabalho será retomado ou não na próxima segunda-feira. Desde o início da semana, com a paralisação, estão suspensos os serviços eletivos, os ambulatórios e o atendimento nos postos de Saúde da Família e nos Caps. Continuam funcionando os setores de urgência, emergência e maternidade da rede pública da capital.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Recife esclareceu que o centro está em reforma para se adequar às novas normas para funcionamento do equipamento de saúde, mas que em nenhum momento houve fechamento do serviço. No local, está sendo realizada a troca de telhado (com telhas de fibrocimento), reforma no refeitório, recepção e consultórios, com instalação de ar condicionado em todos os ambientes. A previsão para conclusão da obra é abril deste ano.
A Secretaria de Saúde do Recife esclarece que o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (Capsad) Luiz Cerqueira, localizado em Santo Amaro, está em reforma para se adequar às novas normas para funcionamento do equipamento de saúde, mas que em nenhum momento houve fechamento do serviço. No local, está sendo realizada a troca de telhado (com telhas de fibrocimento), reforma no refeitório, recepção e consultórios, com instalação de ar condicionado em todos os ambientes. A previsão para conclusão da obra é abril deste ano.
A Gerência de Saúde Mental informa que até lá o acolhimento aos pacientes está sendo feito no imóvel ao lado, que foi readequado. A unidade, que é referência em álcool e outras drogas, atende de forma espontânea pacientes de 12 a 18 anos, na modalidade 24 horas.
O Capsad Luiz Cerqueira conta hoje com psiquiatras, clínico, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, farmacêutico, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem, agentes redutores de danos, além de profissionais de serviços administrativos.
Assistência - A Rede Psicossocial da Prefeitura do Recife é composta por 17 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), dos quais seis funcionam 24h. Ao todo, são 44 leitos disponíveis para moradores do Recife.
Caps Livremente (Setúbal)
Caps David Capistrano (Ipsep)
Caps Galdino Loreto (Barro)
Caps Espaço Azul (Rosarinho)
Caps CPTRA (Tamarineira)
Caps ADi Luiz Cerqueira (Santo Amaro (infanto-juvenil))
Os leitos nessas unidades são chamados de acolhimento/hospitalidade, onde os usuários são assistidos 24h. Os demais caps da rede do Recife possuem leitos de repouso, totalizando 16.
Além disso, a cidade passou a contar ainda com 24 leitos integrais para pacientes em tratamento. A PCR também ampliou de 24 para 52 o número de residências terapêuticas na cidade e realizou manutenção em 100% delas.