Quartabê reinventa Moacir Santos no Rec-Beat 2017

Surgida a partir da ideia de um show para saudar a criação do maestro pernambucano Moacir Santos, a Quartabê se tornou, em pouco mais de dois anos, uma banda com instrumentistas elogiados para além da obra–referência. Terça-feira (28) eles vêm à terra natal do professor, durante o festival Rec–Beat, em show que promete reunir as gravações do álbum Lição #1: Moacir (2015) e algumas novidades, como o tecladista Rafael Montorfano, o Chicão, adiantou em entrevista ao JC.

Último a entrar no grupo composto ainda por Ana Karina Sebastião (baixo elétrico), Joana Queiroz (sax tenor, clarinete e clarone), Maria Beraldo Bastos (clarinete e clarone) e Mariá Portugal (bateria), ele falou sobre o primeiro contato com a obra de Moacir. “Fiz faculdade de música na Unicamp, por volta de 2003, junto com a Maria. Foi aí que o conheci, pelo Ouro Negro (relançamento da obra feita por Mario Adnet e Zé Nogueira, em 2001), como a maioria dos músicos jovens deve ter conhecido. Ele teve muita fama na década de 1960, mas foi muito esquecido no Brasil”, relembra.

Chicão conta que quando as outras musicistas foram convidadas por Andrea Ernest Dias, flautista e autora da biografia Moacir Santos – Ou Os Caminhos de um Músico Brasileiro, a reviver as nuances do mestre, a intenção já era repensar arranjos. “A Deda queria releituras muito mais contemporâneas, começamos os ensaios já com essa proposta. A gente foi ouvindo tudo pra ver quais poderiam ser um afrobeat ou um rock”, diz.

PARTE DOIS

Daí que com o trabalho bem sucedido, eles partem agora para a segunda empreitada, um EP, já gravado, com lançamento em abril. Serão cinco músicas, três cantadas e duas instrumentais, com participação de Tulipa Ruiz, Tim Bernardes, Juçara Marçal, MC Sophia e Arrigo Barnabé. As novidades serão apresentadas pela primeira vez, no Recife, no show que começa às 21h.