O início das obras de instalação da multinacional Yazaki, empresa japonesa fornecedora de peças para grandes montadoras de carros, no município de Bonito, Agreste do Estado, será neste mês de fevereiro com previsão de operação para o primeiro semestre de 2021. Segundo o anúncio feito pelo governador Paulo Câmara e pelo presidente da Yazaki Mercosul, Lázaro Figueiredo, que assinaram nesta quarta-feira (30), o Protocolo de Intenções para a instalação da nova fábrica, o empreendimento irá gerar 1,6 mil empregos diretos e um investimento de R$ 60 milhões.
“O projeto começa agora a partir da instalação das obras civis. Em paralelo, nós vamos começar a pesquisa de potenciais candidatos. O que estamos discutindo com o governador e o secretário Bruno Schwamb (Desenvolvimento Econômico) é a capacitação destas pessoas, ela é tão importante quanto a instalação”, afirmou Figueiredo. Um dos diferenciais para a instalação desse empreendimento é a expectativa que cerca de 60% das vagas sejam ocupadas por mulheres.
“A Yazaki é uma empresa mundial que vai se instalar em Bonito, se tornando um polo indutor do desenvolvimento do Agreste. Buscamos mostrar as oportunidades, dando condições de infraestrutura, dando condições tributárias e fiscais para a instalação dessas novas empresas e, acima de tudo, garantindo uma mão de obra qualificada”, afirmou o governador do Estado.
Esta é a sexta planta industrial da multinacional japonesa no Brasil e a primeira expansão do polo automotivo no Estado fora da área da Região Metropolitana do Recife - que possuem 16 sistemista da Jeep. As negociações foram iniciadas há um ano, e assim como as empresas atraídas pelo segmento, a Yazaki será beneficiada pelo Programa de Desenvolvimento do Setor Automotivo do Estado de Pernambuco (Prodeauto). A partir da comercialização com outros estados, a empresa também terá direito a 90% de crédito presumido do ICMS, a partir do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe).
“O Governo de Pernambuco, tem uma série de atrativos para as empresas e mostramos isso quando vamos conversar com elas. Nós fazemos o trabalho de adensamento dessa cadeia e estamos em conversar com a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para trazer esses investimentos para o Estados”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico Bruno Schwamb. “A gente tem feito um investimento muito grande, estudando cada região de desenvolvimento do Estado buscando encontrar suas vocações. Também damos todo apoio da estrutura do ponto de vista da prospecção, de dados e da qualificação de mão de obra junto a Prefeitura de Bonito”, completou.
A Yazaki possui contrato e integra a cadeia de suprimentos da Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Esse, inclusive, é um dos motivos da escolha de Pernambuco para a nova planta. Atualmente, os produtos destinados à fábrica da Jeep/Fiat, que funciona em Goiana – município da Mata Norte de Pernambuco – vêm da unidade da Yazaki localizada em Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe.
A fábrica será construída em um terreno de 10 hectares doado pela Prefeitura de Bonito, ao lado da Escola Técnica Célia de Souza Arraes e Alencar. As novas instalações seguirão os moldes da planta instalada em Sergipe, que será composta por mais de 90% de mão de obra local - sendo 60% destas vagas preenchidas por mulheres. “Bonito é uma cidade com 40 mil habitantes e que há muito tempo esperava despontar no cenário industrial. Ao conseguir levar para a cidade uma multinacional japonesa que exige muita qualidade em seus investimentos, nós vamos conseguir agregar valor, mesmo estando distante do polo automotivo do Estado. Será um verdadeiro divisor de águas”, afirmou o prefeito do município, Gustavo Adolfo.
O Executivo junto com a AD Diper firmaram um convênio para o processo inicial e estrutural do projeto. Segundo o prefeito, haverá a implementação de um centro de qualificação em parceria com o Senai e outros órgãos ligados ao setor profissionalizante “para deixar as pessoas aptas para trabalhar no novo empreendimento”. “Nós pactuamos não só o terreno, mas a terraplanagem, o esgotamento sanitário, o fornecimento de água, energia, e a qualificação da mão de obra. É um conjunto grande de contrapartidas que o Estado vai ter que dar, previsto no protocolo assinado pelo Governo e a Yazaki”, declarou o presidente da Ad Diper, Roberto Abreu e Lima. “É sempre do nosso interesse desconcentrar os investimentos o máximo possível para o interior. Vários fatores pesaram para essa escolha, inclusive a presença de uma colônia antiga japonesa que produz flores e hortaliças no município”, concluiu.