Areias repletas de gente, piscinas naturais e passeios concorridos de barco. Porto de Galinhas e Carneiros? Sem dúvidas. Mas o cenário corriqueiro no Sul também volta a ser realidade no Litoral Norte de Pernambuco. A região, que já foi a mais badalada para veraneio no Estado, aos poucos recupera o brilho, trazido por melhorias em equipamentos turísticos já existentes e novos investimentos. É o caso do complexo inaugurado pelo Grupo Catamaran em novembro no distrito de Nova Cruz, em Igarassu, cuja estrutura a Coluna foi conferir na última semana.
Com um beach club montado à beira-mar da Praia de Mangue Seco, a empresa espera repetir o sucesso da operação do Recife. Mesmo em soft openning, já são 150 visitantes por dia, entre turistas e moradores da Região Metropolitana do Recife (RMR). Gente como os paulistas Vanessa de Almeida e Divannir dos Santos, que aprovaram a estrutura e se diziam encantados com as praias, na primeira vez em que visitam Pernambuco. "Estamos gostando de tudo, mas aqui no Litoral Norte dá para curtir com mais tranquilidade. É muito lindo", comenta Vanessa.
Assim como na capital, o carro-chefe dos serviços são os passeios de catamarã, que saem às terças, quintas, sábados e domingos, às 10h, e custam R$ 70 (adulto) e R$ 30 (criança até 10 anos). O mesmo tour também pode ser feito de lancha, por R$ 120 e R$ 60, respectivamente.
O roteiro dura até três horas, em meio ao mar tranquilo que liga Igarassu à Ilha de Itamaracá. Quando a maré está baixa, a primeira parada é nas piscinas naturais que se formam junto aos bancos de areia. De tão morna a água, é fácil esquecer a hora. Nem dá vontade de voltar ao barco, mas a próxima escala vale o “sacrifício”.
Mais alguns minutos de navegação e a visita agora é ao Forte Orange. Nesta época de férias, dá gosto de ver a quantidade de famílias, com muitas crianças, explorando a área cheias de curiosidade. Reformada e reaberta ao público em 2018, a fortaleza convida a uma viagem pela história. As placas informativas internas estão bem conservadas e contam que a construção data de 1631. Obra dos holandeses que invadiram Pernambuco naquele período. Tanto que o nome original do forte é uma homenagem ao tio de Maurício de Nassau, o príncipe Frederico Henrique de Orange.
Após a expulsão dos holandeses da capitania, em 1654, a fortaleza foi abandonada. Os portugueses só decidiram restaurá-la em 1696, quando passou a ser chamada oficialmente de Fortaleza de Santa Cruz, embora até hoje seja conhecida como Forte Orange. Os resquícios de todas essas passagens históricas estão ali mesmo, como as ruínas da primeira construção, a capela, calabouços e armazéns. Ainda este ano, a construção também deve receber um museu com peças encontradas nas escavações arqueológicas. Mas é a parte superior que mais impressiona. Entre canhões e muralhas ocre que circundam a fortaleza, tem-se uma das mais completas vistas do conjunto de belezas naturais que fazem de Itamaracá “uma ilha encantada”.
De volta ao beach club, é hora de aproveitar as instalações do Catamaran Praia. Chuveirão e piscina garantem o banho de água doce, enquanto o drinque e o almoço ficam prontos. O day use custa R$ 30 para adultos, válido das 9h às 16h30. Após esse horário, o acesso ao bar e restaurante são livres e nos fins de semana contam com música ao vivo.
Quem quer privacidade pode reservar gazebos exclusivos em frente ao mar por R$ 165 para até 10 pessoas. Para passeios sob demanda, também é possível alugar umas das lanchas disponíveis na marina que integra o empreendimento. Um tour de um hora pelos manguezais e Canal de Maria Farinha (Rio Timbó), por exemplo, custa R$ 60 por adulto para grupos mínimos de seis pessoas.
Em julho, o espaço também oferecerá hospedagem, em seis bangalôs para até quatro pessoas cada, com café da manhã e diárias previstas de R$ 320.
Na ponta mais à leste e deserta da Coroa do Avião, o catamarã ancora novamente para uma pausa de 30 minutos. Tempo para mais banho de mar e também para percorrer o filete de areia rodeado de águas claras, que abriga algumas espécies de aves migratórias.
Quem vem a partir de Itamaracá, também pode chegar à ilhota a partir da Praia do Forte Orange. Palhoças que funcionam como bares servem de ponto de apoio. Ainda bastante rústica, apesar de ser um dos atrativos mais frequentados do Litoral Norte, a Coroa do Avião deve passar em breve por uma requalificação. O projeto inclui o ordenamento das barracas e a construção de um píer, através de uma parceria público-privada encabeçada pelo governo de Pernambuco e pela Prefeitura de Igarassu, a quem pertence a área.