Nascido em Belém de São Francisco, município localizado no sertão de Pernambuco, o volante Luanderson, de 30 anos, vai defender pela primeira vez na carreira um time do seu estado. Bastante emocionado durante a apresentação oficial no clube, na tarde desta terça-feira, no CT Wilson Campos, o volante não conteve as lágrimas e se mostrou muito grato pela chance de defender as cores vermelha e branca. O jogador enxerga a oportunidade no Náutico como seu grande momento no futebol.
"Fico feliz e emocionado de ter a oportunidade de jogar no meu estado, em um time de massa. Há três anos eu imaginava que não ia jogar mais futebol e eu tive uma oportunidade no Marcílio Dias, onde mudou a minha vida e a vida da minha família, eu só tenho a a agradecer a toda diretoria do Náutico pela oportunidade. Pode ter certeza que cada bola dividida para mim vai ser um prato de comida, porque a minha família depende disso", comentou Luanderson.
Com nove anos de idade, Luanderson deixou Pernambuco para a Bahia na tentativa de iniciar a carreira no futebol. Formado nas categorias de base do Vitória, o volante veio ter a primeira oportunidade no time profissional do rubro-negro com 18 anos. Sem dar muitos detalhes, o jogador revelou que na época se envolveu com algumas amizades que não fizeram bem para ele. Foi quando então conheceu sua atual esposa, mãe de seus filhos. Luanderson disse que a partir daí percebeu que tinha que mudar.
"Naquela época eu não tinha pessoas boas do meu lado, quando você estar na fase boa se tem muitos amigos e quando o tempo passou eu percebi que meus amigos não eram de verdade. Para eu conseguir chegar aonde eu queria eu tinha que mudar para melhor, foi onde eu conheci uma pessoa muito especial, que é a minha esposa. Ali foi onde eu tive que crescer na vida, tive um filho e eu tinha que focar para conseguir dar tudo que eu não tive para ele", declarou o volante.
A retomada na carreira de Luanderson demorou e só veio no ano passado, quando o jogador teve a chance de defender o Marcílio Dias. No time catarinense, o jogador se destacou no primeiro semestre de 2019, foi eleito para a seleção do campeonato e depois se transferiu para o Avaí, onde disputou 12 jogos na Série A. O volante atrelou a retomada na carreira aos filhos e a esposa.
"Depois de nove anos eu tive outra filha, foi quando mudou tudo, tive uma recaída na minha profissão e ela veio para me levantar. Fui para o Marcílio Dias e retomei a minha jornada. Agradeço a minha esposa por ter aparecido na minha vida e aos meus filhos que vieram para me levantar. Eu vivi 12 anos no futebol e não era feliz e em menos de dois anos eu estou sendo feliz, porque eu cheguei aonde eu queria e estou mantendo e tenho certeza que só tenho a crescer mais ainda", contou.