PF e Marinha vão atrás de dois clientes da Shell sobre óleo no Nordeste

Uma das empresas é baseada nos Emirados Árabes e a outra na Libéria
Estadão Conteúdo
Publicado em 18/10/2019 às 13:04
Foto: Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM


Os dois clientes da Shell que compraram os tambores encontrados com a borra de petróleo suspeita de contaminar as praias de toda a região Nordeste serão acionados pela Marinha e Polícia Federal para que prestem informações. Conforme revelado na  última quinta-feira, 17, pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Shell, fabricante e dona original dos tambores de lubrificantes, encaminhou ao governo brasileiro dados de dois compradores dos produtos encontrados no Brasil.

A primeira é a empresa Hamburg Trading House FZE, uma distribuidora baseada nos Emirados Árabes, que adquiriu 20 tambores do lote encontrado na costa brasileira. O segundo cliente é a empresa Super-Eco Tankers Management, baseada em Monrovia, na Libéria, na África Ocidental, que comprou cinco tambores do lote da Shell.

As informações sigilosas da Shell foram encaminhadas na tarde desta quinta-feira, 17, ao governo brasileiro. O objetivo neste momento é avançar na trilha logística do produto, para apurar os possíveis responsáveis pelo desastre sem precedentes no mar brasileiro.

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A Shell confirmou que os tambores usados para armazenar lubrificantes, e não petróleo, foram produzidos e comercializados por empresas do grupo Shell localizadas na Europa e no Oriente Médio. O governo ainda investiga se o material da empresa é o mesmo que polui 187 pontos da costa brasileira desde o fim de agosto.

O lote de tambores, que tem data de 17 de fevereiro de 2019, foi produzido em Dubai pela Shell Markets. Depois, esses tambores foram comercializados por outra empresa do grupo, a Shell Eastern Trading (SET) no Porto dos Emirados Árabes. As informações foram enviadas à Shell Brasil por meio da SET. A companhia declarou que a Super-Eco Tankers Management, que comprou cinco tambores, "potencialmente opera em águas brasileiras". A distribuidora dos Emirados Árabes, na avaliação da empresa, é menos provável que passe pela costa do Brasil.

No momento da venda dos lotes, afirma a empresa, houve "transferência de titularidade e custódia do produto e da sua embalagem pela SET ao cliente e ao distribuidor". Por isso, a SET alega que a informação encaminhada sobre detalhes dos lotes e seus compradores "não indica necessariamente que tais empresas (cliente e distribuidor) sejam proprietários ou possuidores dos tambores investigados".

Praias atingidas no Nordeste

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