A morte do poderoso general iraniano Qassem Soleimani, emissário da República Islâmica no Iraque, que faleceu em um ataque americano na manhã desta sexta-feira em Bagdá, provocou fortes reações em seu país, que pede vingança. Veja as principais declarações:
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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ameaçou "vingar" a morte de Soleimani e decretou três dias de luto nacional.
"O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos esses anos (...) se Deus quiser, seu trabalho e seu caminho não irão parar por aí, e uma vingança implacável aguarda os criminosos que encheram suas mãos com seu sangue e o de outros mártires", disse o aiatolá Khamenei em sua conta no Twitter.
Soleimani, de 62 anos, era o chefe da força Al Qods da Guarda Revolucionária, a entidade responsável pelas operações externas da República Islâmica.
"Não há dúvida de que a grande nação do Irã e as outras nações livres da região se vingarão dos Estados Unidos criminosos", prometeu o presidente Hassan Rohani em comunicado.
O "martírio" do general Soleimani "encheu de luto o coração da nação iraniana e de todas as nações da região", acrescentou.
Sua morte "redobrou a determinação da nação iraniana e de outras nações livres da região de enfrentar a intimidação da América e defender os valores islâmicos", ressaltou o presidente iraniano.
"Esse ato vil e covarde é outro sinal do desespero e fraqueza dos Estados Unidos na região", assegurou.
O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, também condenou a morte de Soleimani.
"O ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos, visando e assassinando o general Soleimani, é uma escalada extremamente perigosa e imprudente", escreveu ele no Twitter.
"Os Estados Unidos sofrerão todas as consequências de seu aventureirismo desonesto", acrescentou.
"A malevolência e a estupidez das forças terroristas americanas ao assassinar o general Soleimani, esse herói mártir e líder na luta contra o terrorismo e o extremismo, certamente fortalecerão a resistência na região e no mundo", afirmou o ministério das Relações Exteriores.
O ministério garantiu que "usaria todos os meios legais e sua capacidade internacional para fazer cumprir as decisões do Supremo Conselho de Segurança Nacional de responsabilizar o regime terrorista e assassino dos EUA por essa atrocidade".
O Irã convocou um funcionário da embaixada suíça, que representa os interesses americanos em Teerã, na ausência de laços diplomáticos entre os Estados Unidos e o Irã.
A Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, também pediu vingança.
Um porta-voz disse que os Guardiões e a "Resistência" vão "iniciar um novo capítulo a partir de hoje".
"A breve alegria dos americanos e dos sionistas se transformará em luto", disse o porta-voz Ramezan Sharif na televisão estatal.
Esse ato "fortaleceu nossa determinação de nos vingar da América assassina e dos opressores sionistas e isso certamente acontecerá", acrescentou, antes de cair em prantos.
"Soleimani se juntou aos nossos irmãos martirizados, mas nossa vingança contra a América será terrível", reagiu Mohsen Rezai, ex-chefe da Guarda Revolucionária, no Twitter.