O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou nesta sexta-feira que o comandante militar iraniano Qasem Soleimani, morto em um bombardeio americano em Bagdá, planejava uma ação iminente que ameaçava a vidas de centenas de americanos.
"Estava ativamente tramando na região para tomar ações, uma ação importante, como ele mesmo descreveu, que teria colocado dezenas, ou centenas, de vidas americanas em perigo", disse Pompeo ao canal CNN.
"Sabemos que era iminente", completou, sem revelar detalhes sobre a suposta operação planejada.
O Irã prometeu "retaliação severa" aos Estados Unidos após a morte do comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, o general Qassem Soleimani, em um bombardeiro no Aeroporto Internacional de Bagdá.
A televisão estatal iraniana chamou a ordem de Trump de matar o general iraniano de "o maior erro de cálculo dos EUA" desde a Segunda Guerra. "O povo da região não permitirá mais que os americanos fiquem", afirmou.
O poderoso general Qasem Soleimani, que morreu nesta quinta-feira (2) em Bagdá aos 62 anos em um bombardeio americano, era uma das pessoas mais populares do Irã e um temido adversário dos Estados Unidos e de seus aliados.
Comandante da Força Qods da Guarda Revolucionária, responsável pelas operações da República Islâmica no exterior, este personagem carismático exerceu uma grande influência nas negociações políticas a partir de 2018 para a formação de um governo no Iraque.
Para seus apoiadores e para os críticos, Soleimani, que desempenhou um papel importante na luta contra as forças jihadistas, é o homem chave da influência iraniana no Oriente Médio, onde reforçou o peso diplomático de Teerã, sobretudo no Iraque e na Síria, dois países em que os Estados Unidos estão envolvidos militarmente.
A embaixada norte-americana em Bagdá, atacada na terça-feira por pró-iranianos, apelou hoje (3) aos seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente". O pedido foi divulgado poucas horas depois do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani numa operação dos Estados Unidos.
A representação diplomática dos EUA pediu aos norte-americanos no Iraque "que partam de avião o mais rápido possível" ou saiam "para outros países por via terrestre".
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