Bolsas da Europa fecham em queda com cautela diante de tensão entre EUA e Irã

General iraniano que assumiu as Forças Quds prometeu se vingar do ataque promovido pelos Estados Unidos
Estadão Conteúdo
Publicado em 06/01/2020 às 15:48
General iraniano que assumiu as Forças Quds prometeu se vingar do ataque promovido pelos Estados Unidos Foto: Foto: ATTA KENARE / AFP


As bolsas de valores da Europa fecharam em baixa o pregão desta segunda-feira, 6, refletindo cautela com as tensões entre Estados Unidos e Irã. Nesta madrugada (pelo horário de Brasília), Esami Ghaani, general iraniano que assumiu as Forças Quds, da Guarda Revolucionária do Irã, após o assassinato do líder Qassim Suleimani, prometeu se vingar do ataque promovido pelos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, afirmou que vai revidar de "maneira desproporcional" qualquer contra-ataque do Irã, que abandonou o acordo nuclear de 2015. Com o cenário geopolítico internacional incerto, investidores fugiram dos ativos de risco, e o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,42%, a 416,63 pontos.

O mercado responde aos desdobramentos geopolíticos no Oriente Médio com aversão a risco. Depois da morte do general Suleimani, chefe dos Quds - unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã - em Bagdá, a tensão no Oriente Médio subiu junto com declarações ameaçadoras dos dois lados. Trump ameaçou, pelo Twitter, impor sanções também ao Iraque, se o país expulsar militares americanos, medida aprovada pelo Parlamento do país.

O Irã, por sua vez, declarou, no fim de semana, que não tem mais compromisso em cumprir o acordo que impôs limites ao enriquecimento de urânio, mas disse que está pronto para retomá-lo caso sejam removidas as sanções impostas pelos EUA.

Em relatório divulgado a clientes nesta segunda-feira, a Wells Fargo avalia que "a incerteza que a crise no Oriente Médio pode ser potencialmente mais significativa para o mercado acionário". De acordo com analistas da instituição, a queda das ações "representa um aperto modesto nas condições do mercado financeiro que, se sustentada, pode enviar ventos contrários à economia dos EUA".

Índices

Com isso, indicadores macroeconômicos nesta segunda-feira ficaram em segundo plano. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro subiu de 50,6 em novembro para 50,9 em dezembro, atingindo o maior nível em quatro meses ao ficar acima da prévia do mês e da projeção de manutenção em 50,6.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 caiu 0,62%, a 7.575,34 pontos. Destaque para as perdas das ações do Barclays (-1,27%) e Antofagasta (-1,52%). Já o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou em queda de 0,70%, aos 13.126,99 pontos. Só as ações da Lufthansa se desvalorizaram em 1,60%. As ações do Deutsche Bank caíram 0,90%.

Em Milão, o índice FTSE MIB registrou queda de 0,51%, aos 23 581,29 pontos. O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri, fechou em baixa de 0,47%, a 9.600,90 pontos.

O índice PSI 20, da Bolsa de Lisboa, caiu 0,12% a 5.235,90 pontos. Em Paris, o índice CAC 40 também fechou em queda de 0,51%, aos 6.013,59 pontos.

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