Com informações de Luisa Farias, repórter do JC
Apesar de se mostrar disposta a ajudar nas ações em defesa das vítimas das chuvas e das enchentes na Mata Sul e no Agreste de Pernambuco, a oposição não facilitou para o governador Paulo Câmara (PSB) durante a reunião no Palácio do Campo das Princesas. Em mais de um momento, oposicionistas fustigaram o governador durante discursos. Na mesa montada no Salão das Bandeiras, apenas uma cadeira separava Paulo Câmara do senador e adversário Armando Monteiro Neto (PTB).
"Tenho que ser franco olhando nos seus olhos e dizer para o senhor que em algum momento o governo que o senhor está a frente teve seca de gestão. Tenho que ser franco com vossa ecelência. O seu governo tem uma marca de terceirizar as culpas", afirmou Silvio Costa (PTdoB). "Eram 5 barragens. Agora são 7. Duas não foram executadas por falha técnica. Por falta de planejamento. Como eu vou construir uma barragem e eu não sei que primeiro vou ter que fazer desapropriações?", cobrou o deputado, com a fala mais forte.
Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Silvio Costa Filho (PRB) cobrou que o governador aponte para o futuro. "A união faz a força desde que essa unidade se traduza em ações que possa materializar resultados para o povo de PE. Estamos tratando nessa manhã muito mais de um espelho do passado do que uma agenda para o futuro de PE. O que nos une é voltar ao passado e revisitar uma imagem do governador Eduardo Campos de 2010 que nesse ambiente passava para os pernambucanos essas ações que o senhor apresenta na manhã de hoje", disse.
Em tom mais polido, porém de visível cobrança, Armando Monteiro disse que a oposição entende que o momento é de somar esforços acima das divergências, mas pediu que o governador fosse mais específico nos custos para a construção do cinturação de barragens de contenção e detalhasse o que a bancada poderia fazer para viabilizar recursos para as obras. Paulo, que orçou a entrega de sete barragens em R$ 600 milhões, pediu apoio dos parlamentares para conseguir recursos.
"Estamos de forma suprapartidária absolutamente comprometidos com o encaminhamento dessas soluções oferecendo aqui o nossa disposição de colaborar. Mas precisamos de uma orientação mais concreta do governo do Estado em relação a essa estimativa daquilo que será priorizado, a indicação clara das fontes e das contra partidas que o governo poderá oferecer", afirmou o senador. Armando também classificou de "longa e exaustiva" a apresentação do governador sobre as ações tomadas desde as chuvas.