A defesa do doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato e considerado pelo Ministério Público Federal (MPF) o operador financeiro do esquema de corrupção na Petrobras, solicitou à Justiça Federal no Paraná que ele preste novo depoimento em acordo de delação premiada. Youssef está preso desde março do ano passado na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR).
Em petição ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da Lava Jato na primeira instância, os advogados do doleiro pedem que ele seja ouvido novamente porque no depoimento ocorrido em agosto do ano passado Youssef se manteve em silêncio. A atitude foi justificada porque na ocasião o acordo de delação premiada ainda não havia sido homologado pelo Supremo Tribunal Federal.
“O acusado colaborador renova aqui todos os argumentos defensivos expostos em suas alegações finais. Em seguida, mas não menos importante, Alberto Youssef reitera o seu compromisso de colaborar com a Justiça, esclarecendo a verdade dos fatos para que esse órgão julgador possa sentenciar os eventos (supostamente) delitivos constantes na incoativa da maneira mais justa e correta”, diz parte da petição.
Em janeiro, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a redução da pena, pela metade, para Youssef, em processo no qual o doleiro é acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com os procuradores da força-tarefa que investiga o esquema, Youssef merece o benefício em troca das informações que foram prestadas no acordo de delação premiada firmado com MPF. Nos depoimentos, o doleiro apontou os políticos que receberam propina do esquema de desvios da Petrobras.
Entre outros pontos, Youssef contou em depoimento a Polícia Federal que o PP, o PT e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque receberam dinheiro de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. Revelou também, em novembro do ano passado, que o então deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) participava do esquema de pagamento de propina na Petrobras.