O presidente Jair Bolsonaro garantiu pessoalmente a um grupo de garimpeiros que, se houver amparo legal, vai enviar as Forças Armadas para atuar na região de Serra Pelada, no sul do Pará, e assegurar a exploração no local. Bolsonaro voltou a criticar interesses externos no Brasil e na região amazônica. O presidente disse que o interesse na Amazônia não é no índio, nem na árvore, mas no minério.
Os representantes da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) estão desde a manhã desta terça-feira, dia 1º, em Brasília para tentar conversar com o presidente. Mais cedo, foram ao Palácio da Alvorada, mas não puderam entrar. Depois, no Planalto, foram atendidos pessoalmente por Bolsonaro, que conversou por cerca de dez minutos com os integrantes da cooperativa na entrada do Palácio.
Em diversos momentos, Bolsonaro citou um vídeo de um cientista russo que poderia "abrir a cabeça da população" sobre interesses na floresta amazônica. Com o aumento nas queimadas, as políticas ambientais do governo têm sido questionadas no Brasil e no exterior. O presidente reforçou que o vídeo mostra que o interesse na Amazônia é no minério.
O presidente afirmou que há muitos problemas no Brasil e que "perde o sono" pensando em soluções. Disse, ainda, que vai dar uma resposta ainda nesta terça para as reivindicações dos garimpeiros, que pedem uma intervenção de militares na região de Serra Pelada. "Tenho que cumprir a lei. Digo para vocês, se tiver amparo legal, eu boto as Forças Armadas lá. Não vou prometer para vocês porque não posso", disse.
"Os problemas são muitos no Brasil. Quis Deus que eu estivesse aqui. Como pode país rico como o nosso, tem toda tabela periódica embaixo da terra e continuar vendo vocês aqui sofridos, há mais de 30 anos, desde que cheguei no parlamento em 1991 sei que vocês brigam por isso. Sei que foram felizes no tempo do (ex-presidente) Figueiredo", afirmou.
Bolsonaro também voltou a criticar o líder indígena Raoni Metuktire, da etnia Caiapó, citado por ele no discurso de abertura dos debates na Assembleia Geral das Nações Unidas. "Raoni fala pela aldeia dele, fala como cidadão, não fala por todos os índios. (Raoni) é outro que vive tomando champanhe em outros países por aí, esse tal de Raoni", declarou Bolsonaro.