Maia diz que Moro pressiona instituições democráticas

''Acho que o ministro Sergio Moro tenta, na estratégia permanente dele, de pressão, acuar as instituições democráticas deste país'', disse
JC Online
Publicado em 06/10/2019 às 12:11
''Acho que o ministro Sergio Moro tenta, na estratégia permanente dele, de pressão, acuar as instituições democráticas deste país'', disse Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Em entrevista ao UOL e à Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o ministro da Justiça, Sergio Moro tenta, como estratégia permanente, acuar as instituições democráticas do País.

"Acho que o ministro Sergio Moro tenta, na estratégia permanente dele, de pressão, acuar as instituições democráticas deste país. Eu acho que o caso The Intercept prova um pouco disso. Mas eu acho que ele está aprendendo que a democracia é um valor muito mais importante do que qualquer outro tema. O projeto que foi apresentado pelo governo tem coisas boas", afirmou o deputado ao ser questionado sobre o pacote anticrime proposto pelo ex-juiz.

Na última semana, o governo Jair Bolsonaro lançou uma campanha para alavancar pacote anticrime , após sucessivas derrotas impostas à proposta pela Câmara. "O que eu espero é que se respeite a legitimidade do Parlamento. Coisa que, no passado, o grupo do entorno do ministro Moro, principalmente os procuradores, não respeitaram", disse Maia.

Lava Jato

Ainda sobre a Operação Lava Jato, Maia afirmou que hoje a chance de ele aprovar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a operação é "próxima de zero" e que o saldo da força-tarefa é positivo.

"Como todo ambiente que tem muito poder, acaba gerando algum tipo de problema. Apesar disso, no fundamental, não se pode criticar o trabalho da Justiça brasileira, do Ministério Público brasileiro", afirmou.

Reforma da Previdência

Maia também saiu em defesa do Congresso e negou que a aprovação da reforma da Previdência se deu por negociação de emendas.

"Eu acho que não. Acho que o governo tomou a decisão de fazer um governo de forma mais independente em relação ao Legislativo. O Legislativo entendeu, ao longo dos primeiros meses, depois de alguns conflitos, que esse era o melhor caminho de fortalecimento do Parlamento. Aprovar o Orçamento impositivo, não só a emenda de bancada. Todo o orçamento público brasileiro hoje é impositivo. O que significa? Que o governo vai mandar a peça [orçamentária]. Nós vamos manter ou retificar, e a que nós aprovarmos precisa ser executado pelo Poder Executivo", afirmou.

CPI das Fake News

"A comissão não tem o foco no governo. O que nos preocupa é como alguns segmentos nas redes sociais têm usado fake news. Muitas vezes uma informação falsa impacta a sociedade e estimula o ódio. O ódio ao Congresso, o ódio ao Supremo. Você fica pensando quem é que pode ter interesse, quem é está por trás de uma informação falsa criada para gerar ódio na sociedade, no Estado democrático de Direito? Eu acho que a CPI tem que focar nisso", disse o deputado.

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