Globo responde Bolsonaro e diz que 'não fez patifaria nem canalhice'

Segundo a TV Globo, um dos suspeitos de matar Marielle Franco se reuniu com outro no condomínio de Bolsonaro antes do crime e alegou que ia para a casa do presidente
JC Online
Publicado em 30/10/2019 às 6:57
Segundo a TV Globo, um dos suspeitos de matar Marielle Franco se reuniu com outro no condomínio de Bolsonaro antes do crime e alegou que ia para a casa do presidente Foto: Foto: Reprodução de vídeo


Após a live do presidente Jair Bolsonaro (PSL) acusando a Rede Globo de perseguição e fazendo uma série de críticas à emissora, a empresa divulgou uma nota em resposta ao político nessa quarta-feira (30). 

No texto, a emissora afirma que "não fez patifaria nem canalhice", mas "fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade". A Globo ressaltou ainda que "as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações".

"A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade", diz outro trecho da nota.

Após o Jornal Nacional divulgar que um dos suspeitos da morte da vereadora carioca Marielle Franco se reuniu com outro no condomínio de Jair Bolsonaro (PSL) antes do crime e alegou que ia para a casa do presidente, o pesselista fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais para atacar a emissora.

Leia a íntegra da nota:

"A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações.

O depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação.

A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações."

Veja o vídeo de Bolsonaro:

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