Para Paulo Câmara (PSB), João Campos é ''um grande candidato'' à Prefeitura do Recife

O governador Paulo Câmara afirmou que João Campos terá todo apoio do PSB, mas que ainda tem tempo para discutir as eleições municipais
Editoria de Política
Publicado em 06/01/2020 às 18:40
O governador Paulo Câmara afirmou que João Campos terá todo apoio do PSB, mas que ainda tem tempo para discutir as eleições municipais Foto: Fotos: Heudes Regis/SEI


O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou que o deputado federal João Campos será um grande candidato a sucessão do prefeito do Recife Geraldo Júlio, e que receberá todo o apoio do partido. No entanto, o socialista afirmou que ainda há tempo para discutir as eleições de 2020, e que será o próprio prefeito da Capital, que irá conduzir esse processo. "O PSB com certeza vai ter protagonismo na sucessão do prefeito Geraldo Julio, que tem feito um grande trabalho para a melhoria do Recife. Geraldo enfrentou momentos de muita dificuldade econômica. Então ele vai ser o condutor desse processo, mas temos temos uma frente política que vai precisar discutir muito", declarou Paulo durante entrevista a Rádio CBN Recife, nesta segunda-feira (6). 

Existe uma preocupação sobre qual será o desenho da Frente Popular Pernambuco para o pleito deste ano, já que nomes como o deputado Raul Henry (MDB),  André De Paula (PSD), Túlio Gadelha (PDT) e Marília Arraes (PT),  estão sendo cotados para encarar a briga pelo executivo municipal. Ambos os partidos fazem parte da aliança com o PSB tanto no âmbito do município quanto do Estado. "É importante que a gente tenha condições também, como tivemos nas eleições passadas, de fazer uma grande frente política para discutir bem não só a questão municipal, mas a melhoria do futuro, ter planejamento para as melhorias das cidades. O Estado quer ajudar todos os municípios pernambucanos", comentou o governador. Questionado se, de fato, o candidato do PSB será João Campos, Paulo tentou tangiversar. "Pode ser. Ele é um grande candidato e se for vai ter nosso apoio com certeza", declarou.

Em paralelo as eleições, o governador de Pernambuco também comentou sobre o veto de R$ 50 milhões para a Assembleia Legislativa (Alepe). No projeto aprovado pela Casa, havia a previsão de que as despesas do Tesouro estadual com a Alepe seriam de R$ 598,8 milhões. No entanto, os recursos que seriam destinados a TV Alepem, publicidade, comunicação e reformas físicas, foi vetado por Paulo Câmara e o valor final ficou em R$ 548,3 milhões.  Segundo o gestor, não houve estremecimento com a Assembleia, e ele, inclusive, teria conversado com o presidente da Casa, Eriberto Medeiros (PP), antes de tomar essa decisão. “Nós temos uma parceria com os poderes. As  instituições têm que funcionar bem, sempre conversando e de forma harmonizada. A Alepe sempre aprovou os projetos importantes a favor de Pernambuco, aprimorou projetos enviados pelo Executivo. O que houve foi uma falha na comunicação. Na Lei de Diretrizes orçamentárias, não poderia ser feito essa alteração", explicou.  "Vamos ver ao longo de 2020, com diálogo, tudo que for necessário para o bom funcionamento da Assembleia e do Executivo, para que a gente possa fazer tudo de modo harmônico com mais conversa, mas tem que respeitar as diretrizes orçamentárias”, completou. 

Relação com Governo Federal 

O governador Paulo Câmara continua mantendo o tom moderado ao falar sobre o Governo Federal, mesmo que se trate de uma crítica. De acordo com o chefe do Executivo, a boa relação com alguns ministros de Bolsonaro, se dá em prol de Pernambuco. “Meu papel como governador é procurar sempre com o diálogo e procurar em Brasília discutir ações em favor de Pernambuco, em favor do Nordeste e do Brasil. Não vou me omitir independente das posições políticas com o presidente da República. E os ministros eles têm buscado nos atender, principalmente os ministros das áreas mais técnicas, que são mais procurados", afirmou.

Ano passado, Paulo esteve reunido com o  ministro da Justiça Sergio Moro, o de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto,  de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, além do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. "Os outros, realmente a gente ainda não tem contato e nem ações que possam ajudar Pernambuco a melhorar, precisa ter um projeto nacional", afirmou. 

"Fico muito preocupado com os esforços que estamos fazendo em Pernambuco para melhorar a educação e ver que o Brasil está sofrendo com a total falta de planejamento. Não sabe-se o que será feito em 2020 em relação a Educação. Educação infantil, fundamental, média, como os cursos superiores irão avançar. São discussões precisam ser feitas e eu vou estar sempre procurando o Governo Federal, naquilo que for importante para Pernambuco, mas com ações práticas e concretas, não adianta discutir coisas que não surtam efeito. Por isso tenho procurado o Governo em ações que são feitas em Pernambuco e possam sair do papel". completou.  

Consórcio Nordeste e Trasnordestina

Em 2019, houve a formalização do Consórcio Nordeste, que integra todos os nove estados da região. A ideia é trazer investimentos para todos os estados e fortalecer políticas públicas. A primeira ação do Consórcio foi a compra coletiva na área da saúde, depois o grupo viajou para três países da Europa (França, Alemanha e Itália) para mostrar as potencialidades do Nordeste, não só no Turismo, mas em termos de negócios. Os governadores da Bahia, Maranhão, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará também emitiam cartas ao final dos encontros se posicionando contrários a diversas ações do Governo Federal. "Nós atuamos em vários grupos de trabalho, porque o Nordeste tem características comuns em muitas áreas e isso ajuda na interlocução. Estamos vendo formas na melhoria da gestão, tem estados que têm expertise maior na educação fundamental, e pode nos ajudar, no caso de Pernambuco, temos um expertise maior na educação de tempo integral, ensino médio.  Estamos conversando muito na área de segurança, na questão de saúde estamos fazendo compras corporativas. E decidimos também fazer ações conjuntas, como fizemos no ano passado visitando três países para mostrar o Nordeste. Que não é apenas no turismo, mas temos potenciais econômicos na área de energia, portos bem estruturados, condições de fazer parcerias público privadas com investidores. O Consórcio Nordeste quer promover ganho a ganho.”, pontuou Paulo Câmara.

Sobre o estudo que está sendo feito pelo Governo Federal, de excluir da concessão original da Ferrovia Transnordestina o trecho que corta Pernambuco, o governador afirmou que o Estado cumpriu seu papel no que lhe cabia, mas é preciso aguardar. "“Tudo que a gente  precisou e foi acionado o Governo do Estado, nós cumprimos. Tanto a questão da Transnordestina, todas as dúvidas que tinham, todas as questões relacionadas a desapropriações, o governo fez os encaminhamentos necessários. É uma discussão com o empreendedor, com o concessionário se vai manter, se vai tirar de um trecho, dos dois trechos, ou se vai licitar de novo. Isso é uma pauta fundamental para 2020, a gente tem a compreensão do Ministério da Infraestrutura da conclusão disso, e temos a expectativa que tenhamos notícias boas sobre isso.”

 

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