Polêmica a caminho de Michelle Collins

Projeto que cria Frente Parlamentar LGBT pode parar na Comissão de Direitos Humanos durante presidência interina da vereadora. Ela avisa que votará contra proposta
Carolina Albuquerque
Publicado em 20/06/2013 às 6:40
Projeto que cria Frente Parlamentar LGBT pode parar na Comissão de Direitos Humanos durante presidência interina da vereadora. Ela avisa que votará contra proposta Foto: Foto: Bernardo Soares/JC Imagem


Na curta passagem como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Recife, a vereadora missionária Michelle Collins (PP) apreciará um projeto de resolução criticado pela bancada evangélica, da qual faz parte. A Frente Parlamentar Permanente de Defesa da Cidadania LGBT foi reapresentada, em meados de abril, pelo vereador Osmar Ricardo (PT), que ocupa interinamente a vice-presidência do colegiado, com a licença-maternidade de 125 dias da vereadora Aline Mariano (PSDB). Ao JC, Michele disse que votará contra.

Ao ser apresentada ao plenário, em abril, a matéria foi duramente criticada pelos vereadores evangélicos. Michelle Collins tratou a iniciativa como desnecessária, alegando que a questão é pequena por existir outros assuntos mais importantes. Colegas da bancada evangélica foram mais radicais. A Irmã Aimée (PSB), por exemplo, chegou a comparar a homossexualidade ao vício ao crack. André Ferreira (PMDB), o mais votado na última eleição, defendeu que não existe discriminação contra homossexuais e criar uma frente parlamentar seria dotar o segmento de “superproteção”. 

Apesar de afirmar que votará contra a formação da Frente, alegando princípios pessoais, Michelle Collins garantiu que não inibirá o debate e que o parecer será decidido pelo colegiado. Entre os cinco membros, ela é a única evangélica. Após ter passado pela Comissão de Educação, o projeto deve seguir para a de Direitos Humanos. “Tudo que chega tem um prazo regimental. Não vou engavetar nada”, disse. Porém, para ela, existem prioridades, como os direitos dos deficientes.

Membro do colegiado, vereador Jayme Asfora (PMDB), disse, no Facebook, que, infelizmente, Michele ocupa a presidência. “Não vou permitir que seja usada para defender posições homofóbicas e retrógradas. A Comissão não vai defender o projeto da ‘cura-gay’”, prometeu.

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