Estado terá que seguir regras de previdência do Congresso, prevê Isaltino Nascimento

Líder do governo na Alepe, Isaltino Nascimento (PSB) alerta que estados terão pouca margem para legislar sobre previdência
Paulo Veras
Publicado em 06/04/2017 às 7:59
Líder do governo na Alepe, Isaltino Nascimento (PSB) alerta que estados terão pouca margem para legislar sobre previdência Foto: Foto: Roberto Soares/Alepe


Servidor de carreira da Previdência Social, o deputado Isaltino Nascimento (PSB), líder do governador Paulo Câmara (PSB) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), defende que é preciso brigar para mudar a reforma da previdência no Congresso porque estados e municípios terão que assimilar para suas previdências próprias as regras presentes na Constituição.

JORNAL DO COMMERCIO - Tem alguma sinalização de que pode haver reforma na previdência estadual?

ISALTINO NASCIMENTO - Nós estamos aguardando qual vai ser o encaminhamento tomado na Comissão Especial lá na Câmara Federal e a votação do Congresso. Ainda não tem decisão. Tem um posicionamento tomado pelo presidente da República. Mas os deputados têm muitas emendas apresentadas. E tem um caminho a ser tomado na Câmara e no Senado. Só a partir daí é que a gente vai saber como vão se posicionar os estados acerca do que for o produto final da reforma. Por enquanto, é a expectativa do que vai ser tratado no âmbito do Congresso Nacional.

JC - O senhor já chegou a conversar com o governador sobre uma possível reforma da previdência estadual? Ele pretende se reunir com a bancada?

ISALTINO - Não. Na verdade, as mudanças que forem haver na Constituição Federal, os estados e municípios meio que são obrigados a terem que cumprir. Porque a Constituição Federal é maior. Portanto se ela determinar idade para se aposentar com um determinado critério, os estados não têm autonomia para mudar isso. Nem os municípios. Então, o exercício é para que a gente possa fazer o aprimoramento da proposta, o máximo possível, na Câmara e no Senado, para que os estados tenham condição de simplesmente seguir. Não tem como mudar uma legislação diferente do que for no nível federal por conta dessa questão da especificidade que é uma mudança na Constituição.

JC - Em relação a previdência dos servidores estaduais, o que é que o Estado pode legislar?

ISALTINO - Muito pouco. A autonomia dos estados nesse aspecto é muito limitada. Porque o processo que for estabelecido como regra vai ter que ser cumprido pelos estados e municípios. O poder de autonomia é extremamente limitado. Eu não tenho hoje uma resposta para dizer que elementos o Estado pode fazer. Até porque sou servidor da Previdência. Eu acho que não tem nada para ser feito de diferente do que vai ser cumprido a nível federal. Na prática, o Estado vai ter que seguir a regra que for aprovada na Câmara e no Senado.

PAULO E TEMER

Nessa quarta-feira (6), o governador Paulo Câmara esteve com o presidente Michel Temer (PMDB) em Brasília para discutir a reforma da previdência. Segundo divulgou a assessoria do Palácio do Campo das Princesas, o convite para a conversa partiu do presidente. Temer tem se empenhado para aprovar a reforma da previdência no Congresso, mas o tema tem enfrentado forte resistência inclusive em partidos da base como o PSB.

"O presidente Temer me revelou que o deputado federal Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da matéria, está ouvindo as bancadas no Congresso Nacional e que vai promover mudanças na proposta de Reforma da Previdência encaminhada pelo Governo Federal", afirmou o governador, através de sua assessoria.

O Palácio do Campo das Princesas também informou que o governador reconheceu a necessidade da reforma, mas expôs preocupações com as regras de assistência social para o trabalhador rural e para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e afirmou que a reforma não pode prejudicar os mais vulneráveis.

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