Barragens só serão retomadas com recursos federais

Quem diz é o secretário de Planejamento de Pernambuco, Márcio Stefanni. Estado entrará com contrapartida
Editoria de Política
Publicado em 02/06/2017 às 19:01
Quem diz é o secretário de Planejamento de Pernambuco, Márcio Stefanni. Estado entrará com contrapartida Foto: Sérgio Bernardo/JCImagem


O secretário de Planejamento de Pernambuco, Márcio Stefanni, disse na tarde desta sexta-feira (2/6) que o Estado só terá condições de retomar as obras das quatro barragens da Mata Sul e do Agreste como também iniciar outras três com a liberação de recursos federais. Ele está otimista quanto a uma resposta positiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) ao pedido de empréstimo de R$ 600 milhões, mas lembrou que esse financiamento destina-se a diferentes obras, inclusive adutoras em áreas de seca. Por outro lado, confirmou que já chegou à conta do Estado o montante de R$ 17,5 milhões do Ministério da Integração Nacional para ações emergenciais na região afetada pela enchente. Serão aplicados na limpeza das cidades, compra de colchões e outras necessidades.

“Não podemos só resolver o problema da Mata Sul e deixar as pessoas sem água no Agreste e Sertão”, observou o secretário. De uma parte do empréstimo solicitado ao BNDES, portanto, deve sair a contrapartida estadual para as barragens, que seria em torno de 10% do valor total das obras. O governo do Estado espera outros R$ 600 milhões federais, na forma de repasses da União, para concluir Gatos, Panelas, Barra de Guabiraba e Igarapeba, que foram paralisadas em 2015, em estágio que varia de 25% a 47%, além de implantar as demais.

No Programa Audiência Marcada, de Ednaldo Santos, na Rádio Jornal, Stefanni explicou que em 2016 o Estado tentou obter um empréstimo do BNDES para concluir as barragens, mas o pedido foi vetado pelo Tesouro Nacional. “O ministro Joaquim Levi fechou tudo, embora Pernambuco fosse um dos poucos estados com finanças ajustadas. o tesouro nacional queria fazer superávit primário, juntar para não gastar e a União estava devendo muito. Fez o ajuste dela em cima dos Estados”, explicou. Ele lembrou que nessa época o banco era ligado ao Ministério da Indústria e Comércio, comandado pelo senador Armando Monteiro (PTB).
Stefanni explicou também que as barragens do Engenho Pereira (Moreno) e Maranhão (Ipojuca) tiveram recursos previstos por emendas de bancada do ano passado, mas a verba não foi liberada. “Se alocou o investimento, a bancada tem que cobrar e vem cobrando”, observou.

"Investimos muito nos piores anos do capitalismo brasileiro", defende-se Stefanni

Mais uma vez, o representante do governo estadual alegou que os recursos federais não chegaram como pactuados inicialmente. “Para Serro Azul (a barragem que está pronta), eram R$ 200 milhões da União e R$ 134 milhões do Estado, mas colocamos mais do que o dobro do pactuado. A barragem custou R$ 490 milhões”, afirmou. “Nas demais, nossa parte eram R$ 15 milhões e investimos R$ 79,3 milhões. A União deveria ter colocado R$ 411 milhões e só liberou R$ 88 milhões”, completou.
Em resposta às críticas da oposição, Stefanni enfatizou que o governo Paulo Câmara vem investindo muito em recursos hídricos: R$ 828 milhões que somados ao que a Compesa investe ultrapassaria a casa de R$ 1 bilhão. “Nos piores anos do capitalismo brasileiro, conseguimos fazer investimentos em Pernambuco da ordem de R$ 3,1 bilhões, valor este só inferior aos dos dois primeiros anos do segundo governo Eduardo Campos, quando Pernambuco crescia mais do que o Brasil”.

O secretário esclareceu também que o Estado fará uma análise precisa da situação das barragens paralisadas. Só a partir daí saberá exatamente o valor que cada uma delas precisará para ser concluída. É que o tempo e as fortes chuvas podem ter causado danos à estrutura erguida.

 

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