PF mira saque de R$ 2 milhões às vésperas da eleição de 2014

Operação Torrentes investiga saque de R$ 2 milhões que ocorreu dois dias antes da eleição de 2014
Paulo Veras
Publicado em 09/11/2017 às 12:51
Operação Torrentes investiga saque de R$ 2 milhões que ocorreu dois dias antes da eleição de 2014 Foto: Foto: Paulo Veras/Especial para o JC


Atualizada às 18h27 para incluir a nota do PSB

Um saque suspeito de R$ 2 milhões às vésperas da eleição de 2014 também entrou no foco das investigações da Operação Torrentes deflagrada nesta quinta-feira (9) pela Polícia Federal para apurar o desvio de recursos públicos federais para as enchentes ocorridas em Pernambuco em 2010 e 2017 através da Casa Militar. Esse foi um dos motivos que levaram à condução coercitiva do coronel Mário Cavalcanti Albuquerque, ex-chefe da Casa Militar e ex-interventor de Gravatá.

A Polícia Federal descobriu que em 03 de outubro de 2014, dois dias antes da eleição daquele ano, R$ 2 milhões foram sacados das contas da empresa FJW, uma das investigadas. Por rastreamento através de aparelho celular, a PF descobriu que a pessoa que sacou o dinheiro, identificada como Everton Soares da Silva, usou o telefone a 200 metros da casa do coronel Roberto Gomes de Melo Filho, que foi preso temporariamente nesta quinta. Em seguida, o coronel Roberto se desloca para a sede do PSB, segundo a Polícia Federal apurou também por meio de rastreamento telefônico.

A PF afirma ainda que, em 2014, o coronel Mário Cavalcanti atuou no comitê financeiro do PSB. Por isso o saque serviu de reforço para que o coronel fosse levado para prestar esclarecimentos. Todas as informações foram repassadas pela Polícia Federal após a queda do sigilo das investigações.

O que a PF diz não pode afirmar ainda é se a pessoa que sacou os R$ 2 milhões esteve mesmo na casa do coronel Roberto. Ou se o coronel Roberto e o coronel Mário se encontraram naquele dia na sede do PSB. Isso porque os ERBs, registros da localização do celular, só são gravados quando o aparelho está sendo usado, quando há o recebimento de uma ligação, por exemplo.

O que diz o PSB?

Por meio de nota, o PSB negou que o coronel Mário Cavalcanti tenha tido qualquer participação na gestão financeira da campanha estadual de 2014. Na época, ele integrava a Executiva Estadual do partido e foi reconduzido para o posto em agosto deste ano. A direção da legenda disse ainda que apoia a continuidade das investigações na certeza de que todos os fatos serão esclarecidos.

"Em relação à campanha estadual de 2014, o Partido Socialista Brasileiro em Pernambuco esclarece que todos os valores recebidos via doação de empresas, conforme previa a Legislação à época, foram declarados e comprovados na Justiça Eleitoral. Registre-se, inclusive, que as contas da campanha daquele ano já foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco", garante o PSB.

Íntegra da nota do PSB:

NOTA DO PSB DE PERNAMBUCO

Sobre os fatos divulgados, nesta quinta-feira (09), pela Polícia Federal, no âmbito Operação Torrentes, o PSB de Pernambuco esclarece:

- Em relação à campanha estadual de 2014, o Partido Socialista Brasileiro em Pernambuco esclarece que todos os valores recebidos via doação de empresas, conforme previa a Legislação à época, foram declarados e comprovados na Justiça Eleitoral. Registre-se, inclusive, que as contas da campanha daquele ano já foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.

- Membro da Executiva Estadual à época, Coronel Mário Cavalcanti não tinha qualquer participação na gestão financeira da campanha estadual em 2014. Em agosto de 2017, foi reconduzido para Executiva Estadual do PSB.

- A direção do partido apoia a continuidade das investigações na certeza de que todos os fatos serão esclarecidos.

Diretório estadual do PSB de Pernambuco

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