Sem muitas surpresas, a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), realizada logo após a cerimônia de posse dos deputados estaduais, culminou na reeleição do deputado Eriberto Medeiros (PP), candidato único à vaga. Na a 1ª vice-presidência, foi eleita Simone Santana (PSB). Na 2ª vice-presidência, Guilherme Uchôa Jr. (PSC). Para a 1ª secretaria, um dos cargos mais disputados na eleição e que possui a atribuição de administrar as finanças da Casa, ganhou Clodoaldo Magalhães (PSB). Na 2ª, 3ª e 4ª secretarias foram conduzidos Claudiano Martins Filho (PP), Teresa Leitão (PT) e Álvaro Porto (PTB), respectivamente. Os três foram candidatos únicos às suas respectivas vagas, fruto de acordo interno entre os seus partidos.
A composição dos cargos da Mesa respeitou, em sua maioria, a proporcionalidade das bancadas. De acordo com essa regra, os partidos com o maior número de deputados tem a prerrogativa de reivindicar mais cargos. O PSB, sigla de maior bancada, com 11 deputados, abriu mão da presidência para o PP - segunda maior, com 10 parlamentares - e ficou com a 1a vice-presidência e a 1a secretaria. Na única vaga onde a proporcionalidade não foi seguida foi a 2a vice-presidência, da cota do PSC, onde Guilherme Uchôa Jr (PSC) foi o indicado da sigla, mas teve como adversários na disputa Alberto Feitosa (PSB) e Romário Dias (PSD).
Com a eleição de Simone, tanto a vice do Legislativo como do Executivo Estadual serão ocupadas por mulheres, esta última com Luciana Santos (PCdoB). Durante o discurso de defesa da sua candidatura, Simone disse pleitear um fato inédito para a Casa. “Que é, a de, nos seus 183 anos de existência, ter uma vice-presidente”, contou.
Os deputados Diogo Moraes (PSB), por questão de saúde e Dulcicleide Amorim (PT), por questões religiosas, se ausentaram da votação. Portanto, foram 47 votantes. O governador Paulo Câmara (PSB) também não compareceu à posse, mas foi representado por Luciana Santos. Segundo ela, a falta do governador na posse é de praxe, já que a eleição da Mesa ocorre logo depois. “Para não deixar nenhum tipo de resíduo ou dúvida que exista qualquer tipo de expectativa de influenciar o roteiro da Mesa”, afirmou a vice-governadora. De acordo com a comunista, Paulo deve comparecer a 1ª sessão dessa nova legislatura, a ser realizada na próxima segunda-feira (4).
Eriberto Medeiros assumiu um mandato tampão em agosto do ano passado devido ao falecimento do então presidente, Guilherme Uchôa (PSC) e, desde então, tem sido consenso tanto no governo como na oposição, devido ao seu perfil conciliador. O PSB abriu mão desse cargo, que é da sua cota por ser a maior bancada, em prol do PP.
Terminadas as discussões em torno da eleição da Mesa, os deputados começam a se movimentar para a presidência e composição das comissões temáticas. Com a saída de Clodoaldo do comando da Comissão de Finanças, o deputado Lucas Ramos (PSB) pleiteia a vaga. Já Gleide Ângelo é a mais cotada para assumir a Comissão da Mulher, antes presidida por Simone. “Esse é o meu objetivo. Porque tem tudo a ver. Porque eu trabalho todos esses anos no enfrentamento a violência”, disse Gleide.
A bancada de oposição ficou com quatro representantes na Mesa: Além de Álvaro Porto e Teresa Leitão, Manoel Ferreira (PSC), na 3ª suplência e Gustavo Gouveia (DEM), na 6ª suplência. A liderança da bancada, que será de Marco Aurélio Medeiros (PRTB), foi anunciada desde a última quinta-feira (31), após Priscila Krause (DEM) - indicada pelo ex-líder da bancada para sucedê-lo - abrir mão do pleito.
Sem citar quais comissões, Marco Aurélio afirmou que a bancada pleiteia uma ampla participação na comissões e inclusive a presidência de algumas delas. “Isso é importante para que a gente faça, que haja um equilíbrio dentro das forças na casa”, contou.
Até o fechamento desta edição, o líder da bancada governista ainda não havia sido anunciado.