Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e pré-candidato a Prefeitura do Recife, Marco Aurélio Medeiros (PRTB) defendeu como estratégia da oposição para as eleições municipais o lançamento de múltiplas candidaturas para assim possibilitar um segundo turno. Ele foi entrevistado nessa quarta-feira (22) no programa Resenha Política, na TV JC, pelos jornalistas Jamildo Melo e Igor Maciel.
"Eu penso que a questão de múltipla candidatura é importante, porque eu por exemplo quero dizer o que eu penso do meu Recife e ai penso que aquele candidato que ganhar a eleição, não sendo eu, se ele for um político inteligente, ele vai ter um apurado muito bom (das propostas) e de repente isso pode ser implantado no Recife", contou.
Segundo Marco Aurélio, o erro da oposição nas eleições de 2018 foi apresentar uma única candidatura para disputar o Governo de Pernambuco, com Armando Monteiro (PTB). Ele obteve 35,99% dos votos e perdeu para o governador Paulo Câmara (PSB), que foi reeleito com 50,61% dos votos. "Se a gente tivesse mais candidaturas certamente teria 2º turno e eu não sei se o resultado teria sido como o que foi", afirmou o oposicionista.
Do grupo da oposição formado em 2018 para as eleições estaduais, os que já se apresentaram como pré-candidatos o deputados federal Daniel Coelho (Cidadania), além dos nomes cotados de Mendonça Filho (DEM) e Silvio Costa Filho (Republicanos). O deputado federal João Campos (PSB) é o principal nome para disputar pelo PSB. Entre partidos da Frente Popular, liderada pelo PSB, também são ventilados como possíveis candidatos Túlio Gadelha (PDT) e Raul Henry (MDB), Marília Arraes (PT). Correndo por fora, também é cogitada a candidatura da delegada Patrícia Domingos.
Em um cenário de múltiplas candidaturas, Marco Aurélio propõe a organização dos apoios dos partidos para contemplar todos os candidatos oposicionistas. "Poderia até ter uma divisão, partido tal fica com 'fulano', partido tal fica com 'cicrano', partido tal fica com 'beltrano', porque tem que se ter um projeto de poder, o que não se pode ter é um projeto pessoal
O deputado reafirmou as suas críticas ao que chama de "hegemonia" do PSB e de seus aliados no Recife. "Lá nos EUA eles estão mais na frente do que nós em termos de educação e eles percebem que é preciso ter alternância e nós estamos hoje no recife com 20 anos na mão de três partidos, PT, PCdoB e PSB. Sem querer discutir o que eles fizeram de bom ou ruim, eu não quero nem entrar nesse mérito, é importante ter alternância", disse.
Ele também não poupou o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), chamando-o de "munganguento", quando o comparou com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). "Quem não gostaria de estar pagando essa loucura que está sendo essa indústria da multa, mas se você tivesse vendo as vias largas, planos para viadutos para poder a gente desafogar o trânsito, como foi feito em Salvador. Salvador o trânsito era muito pior do que no Recife, hoje praticamente não tem trânsito em salvador. Porque tem um prefeito lá que não é munganguento e gosta de trabalhar, só isso", disparou.
Ao ser questionado sobre o significado do termo, ele explicou que está relacionado a "munganga", que segundo ele significa "teatrinho". "Aí vai e faz assim, pinta os morros 'Mais vida no Recife', ai vem um cano da Compesa irresponsavelmente estoura e na véspera do natal ceifa a vida de não sei quantas pessoas, isso é mais vida, ou é mais morte? O prefeito é munganguento", afirmou, em referência ao deslizamento de uma barreira após o vazamento de um cano de água no bairro de Dois Unidos, Zona do Norte do Recife, no dia 24 de dezembro.
Para Marco Aurélio, a oposição tem que estar pronta pra discutir a cidade. "Qual é a proposta para a oposição por exemplo para essa roubalheira, essa bandidagem que virou a indústria da multa no Recife? Eu entrando vou acabar com isso ai", disse. Na área da segurança, ele defende o armamento da guarda municipal. "Eu armaria totalmente a guarda municipal com uma corregedoria séria, para aquele que errar ser punido imediatamente, mas a guarda armada é um grande parceiro para a polícia", completou.
Na área da educação levantou a questão do uso de voucher para alunos da rede pública estudarem em escolas particulares. "Acho que nós deveríamos discutir mais o recife, a questão da saúde, educação, porque tem tantas escolas ainda em casas residenciais, porque a gente não pode discutir a questão do voucher educacional? Teria que ter todo um estudo para que os professores fossem adequados", disse.