O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), fez elogios nesta terça-feira (11) ao deputado federal João Campos (PSB), que está sendo apontado como o candidato do PSB à sua sucessão no Recife nas eleições municipais, mas evitou confirmar a candidatura, ao ressaltar a prerrogativa da Frente Popular - grupo político liderado pelo PSB - em apresentar um projeto para a capital pernambucana.
Geraldo lembrou que João foi o deputado federal mais votado em Pernambuco e no Recife nas eleições de 2018. "Isso tudo tem um valor muito grande", afirmou o prefeito em entrevista à Rádio Folha.
"João é um deputado federal muito competente, muito trabalhador. Ele está muito motivado. Ele rodou a cidade inteira em 2018 e em 2019, conversando com as pessoas em muitos bairros sobre as questões da cidade. O mais importante nesse processo todo é que a Frente Popular, no momento certo, vai apresentar um projeto para a cidade, como fez em todas as eleições", ponderou Geraldo.
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Segundo Geraldo, a Frente Popular fará a escolha do seu candidato "na hora certa". "Não é uma escolha minha pessoal, é uma escolha do conjunto de forças. A gente quer que esse conjunto de lideranças e partidos esteja o mais amplo possível e para isso a gente dialoga, convida, conversa, para que todos possam participar para que essa escolha seja feita", disse.
Sobre as pré-candidaturas que vem sendo colocadas de nomes integrantes de partidos da Frente Popular, como Marília Arraes (PT) e Túlio Gadêlha (PDT), Geraldo minimizou tais movimentações.
"Esses movimentos partidários são normais. Os partido se apresentam, os pré-candidatos tentam se apresentar, se colocam. Mas gente da Frente Popular vai conversar com todo mundo, todos os partidos, todas as lideranças tentando formar um conjunto", disse.
O socialista também considerou naturais as diferenças em relação às alianças dos partidos no âmbito municipal nas eleições deste ano. Segundo ele, elas não necessariamente serão homogêneas em cada município. "Em cada cidade as coligações podem ser diferentes, elas naturalmente são diferentes, não é uma coisa alinhada no País todo pelos partidos, porque a situação política em cada estado e em cada cidade pode variar", disse.
A pré-candidatura de Marília Arraes é apoiada pela Executiva Nacional, incluindo o ex-presidente Lula e a presidente nacional Gleisi Hoffman, mas o PT ainda não definiu como irá se posicionar nas eleições do Recife. O grupo do PT liderado pelo senador Humberto Costa, assim como o diretório municipal, defende a manutenção da aliança com o PSB no Recife.
Humberto chegou a levantar a possibilidade do partido precisar entregar os cargos nas gestões socialistas, em Recife e no Estado, caso a candidatura de Marília se concretize. "Acho muito difícil manter (relação com o PSB). Com toda certeza o partido seria obrigado a sair do governo", disse em entrevista à Rádio Jornal
"Essa conversa exatamente de que partido vai ficar junto, que partido não vai ficar, quem vai apresentar candidatura, vai ser um pouco mais na frente", disse o prefeito Geraldo Julio. Mas o prefeito fez um alerta: "Naturalmente, quando você não está no conjunto, não está no conjunto".
Atualmente o PT ocupa a presidência do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), com Odacy Amorim, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, com Dilson Peixoto, a secretaria de Saneamento do Recife, com Oscar Barreto. Na cota do PDT está a secretária de Habitação do Recife, Isabella de Roldão.
A candidatura de Túlio Gadelha já foi defendida por diversas vezes pelo ex-candidato a presidência da República Ciro Gomes e pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Em visita ao Estado na semana passada, Lupi cumpriu agendas partidárias ao lado de Túlio e Wolney Queiroz, presidente estadual do partido e aliado de primeira hora do governador Paulo Câmara.
O presidente do PDT também encontrou-se com o governador no Palácio do Campo das Princesas e recebeu lideranças do PSB no lançamento do seu livro, na última sexta-feira (7), quando teceu elogios à João Campos, a quem atribuiu um "futuro brilhante".