Santa Casa pretende abrir acervo histórico ao público

Fundada há 150 anos, a entidade é guardiã de um pedaço da memória de Pernambuco
Cleide Alves
Publicado em 19/04/2015 às 8:09
Fundada há 150 anos, a entidade é guardiã de um pedaço da memória de Pernambuco Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


“Nós tínhamos um arquivo, mas na verdade era um depósito, com tudo solto e espalhado pela sala. Como historiador, aquela situação me angustiava, mas tudo tem o seu tempo. Recebi a visita de três alunos da Unicap, levei-os para conhecer o tal acervo e agora estamos criando o Arquivo Histórico da Santa Casa de Misericórdia do Recife”, resume o assessor da diretoria da entidade, José Édson Ferreira de Barros.

A ideia da Santa Casa, no futuro, é fundar um Centro de Documentação e Pesquisa. “Com isso, o público externo poderá conhecer um pouco da história da instituição, fundada há mais de 150 anos”, diz Édson Barros. De origem portuguesa, a Santa Casa de Misericórdia foi criada em 1498 (século 15), na Catedral Patriarcal de Lisboa, pela rainha Leonor, para socorrer doentes necessitados, informa o assessor.

“Em todos os lugares onde os portugueses chegaram, instalaram a Santa Casa. Fora da Península Ibérica, a primeira instituição aberta é a da Ilha da Madeira, que pertence a Portugal. No Novo Mundo, a primeira construída é a de Olinda, em 1539”, afirma. O hospital funcionava em quatro imóveis, no lugar hoje ocupado pela Academia Santa Gertrudes, na Sé, Sítio Histórico da cidade.

A Santa Casa de Misericórdia de Olinda foi extinta em 1859, por má gestão, e logo em seguida é inaugurada a do Recife que, inicialmente, tinha sede no bairro de Santo Antônio, no Centro. Nos anos 40 do século 20, com a abertura da Avenida Guararapes, a entidade é transferida para o Hospital Pedro II, nos Coelhos, também na área central. A mudança para Santo Amaro é feita nos anos 80. “Parte da documentação de Olinda ainda existe e está com a gente”, informa Édson Barros.

Diferentemente de outros Estados brasileiros, a Santa Casa de Misericórdia do Recife não atua apenas no setor de medicina. Além de administrar hospitais, também gerencia educandários e presta assistência social, nos municípios do Recife, Olinda, Palmares e Jaqueira. Atualmente, são vinculados à instituição quatro educandários, o Instituto dos Cegos e dois lares geriátricos.

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