ÓPINIÃO

Brasil gastou R$ 928 bilhões com servidores públicos só em 2019

Setor público cria leis e decretos e só comunica ao setor privado, que o sustenta, quanto vai custar a crise em empregos suprimidos e empresas quebradas

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 03/04/2020 às 7:13 | Atualizado em 03/04/2020 às 7:14
MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO
Câmara e Senado fecharam na gaveta (e jogaram a chave fora) projetos prevendo a redução ou a suspensão dos salários dos parlamentares - FOTO: MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

Representado pelos Três Poderes, o setor público cria leis e decretos e só comunica ao setor privado, que o sustenta, quanto vai custar a crise em empregos suprimidos e empresas quebradas. Inventam suspensão de contrato, põem 25 milhões de pessoas na fila do seguro-desemprego, pintam e bordam. Quanto a eles, muitos marajás, fingem-se de mortos. Nem um grama de sacrifício, nada. Continuam com salários integrais, regalias, mordomias, penduricalhos, jatinhos da FAB e carros oficiais à disposição. O Brasil gastou R$ 928 bilhões com servidores só em 2019. Chefes dos poderes que têm mais marajás, Dias Toffoli (STF) e Rodrigo Maia (Câmara) têm um pacto contra a redução. Câmara e Senado fecharam na gaveta (e jogaram a chave fora) projetos prevendo a redução ou a suspensão dos salários dos parlamentares. Toffoli prometeu a representantes de procuradores e juízes, dias atrás, que a grana de suas excelências não será reduzida. A pelegada das chamadas “carreiras de Estado” já se posicionou contra a redução de salários. Cinicamente, acham que “não precisa”.

Vão ficar sem ajuda

A legislação aprovada no Congresso vai deixar sem acesso ao auxílio de R$ 600 do coronavoucher milhares de desempregados que buscam trabalho há mais de um ano. É que um dos itens proíbe o pagamento, hoje, em abril de 2020, a quem estava empregado em 2018, há quase um ano e meio atrás. O item perverso e sem sentido foi aprovado por deputados e senadores e não está entre itens vetados pelo presidente.

Nada

Não importa se está desempregado há mais de um ano, quem ganhou R$ 28.559,71 (cerca de R$ 2,2 mil mensais), em 2018, ficará sem nada.

De fora

Estão fora ainda aposentados, pensionistas e outros com renda familiar acima de 1/2 salário mínimo por pessoa ou três salários mínimos no total.

Cadastro

O motivo do corte, mais uma vez, é a falta de cadastro, pois os dados de renda da Receita, utilizados para cruzamento, são relativos a 2018.

Cenoura

A estratégia de Rodrigo Maia para repórteres esquecerem a história de cortar salários e regalias no setor público: se citarem o assunto, dá um jeito de criticar o governo. Ataque ao governo sempre ganha prioridade.

Impacto

O ministro Marcelo Álvaro Antonio revelou que o setor do Turismo foi o primeiro impactado pela crise do coronavírus: 'Há áreas que foram de 100% de faturamento para 0%', destacou. Uma tragédia.

Frase

“Nunca tive conhecimento dessas contas”, ex-presidente Dilma Rousseff inaugura sua versão do “eu não sabia”, de Lula, para as maracutaias com a JBS.

Maior cara lisa

Agora foi a vez de Dilma afirmar à Polícia Federal que “nunca ouviu falar” na gorda conta bancária que Joesley Batista abriu para ela no exterior. O chefe da quadrilha, que nunca sabia de nada, também “não conhecia” quem reformou de graça o seu tríplex no Guarujá e seu sítio em Atibaia.

Lá, é jogo rápido

Trump anunciou ontem uma ajuda às micro e pequenas empresas muito semelhante à brasileira: US$ 2 bilhões para ajudar no pagamento de salários. Hoje os empreendedores já podem pegar o dinheiro. Já o Brasil, que inventou o programa, não saber como fazer viabilizar a liberação.

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