O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) emitiu, nessa segunda-feira (1º), uma nota pedindo a interrupção das aulas presenciais na rede estadual de ensino. O apelo, feito pela categoria desde a reabertura das escolas, ganhou mais força após o governo do estado anunciar novas restrições em todos os 184 municípios de Pernambuco, com o intuito de frear a contaminação da covid-19, e não ter incluído os colégios no plano.
Em discurso, o governador Paulo Câmara (PSB) justifica as medidas restritivas com base na altíssima ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a "aceleração" na contaminação e hospitalização decorrentes da covid-19, o que leva à necessidade de "reduzir o contato social para frear essa escalada dos números".
Por texto, o Sintepe argumenta que, se é preciso "reduzir o contato social", como disse o governador, "é imperativo interromper as atividades presenciais na educação como forma de reduzir contágios, internamentos e mortes".
Desde que donos de escolas privadas pressionavam a gestão estadual para reabrir escolas, o Sintepe defendia a manutenção das aulas apenas remotas. Após o governo anunciar o retorno presencial, o sindicato realizou greves e foi obrigado pela Justiça, sob ameaça de multa, a suspender a manifestação. Os professores, então, voltaram às escolas.
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"Desde então, denunciamos os recorrentes casos de contaminação e os alarmantes índices da COVID-19 em nosso estado. Temos uma ação tramitando no Tribunal de Justiça de Pernambuco, detalhando nossos motivos em defesa da vida e contra as atividades presenciais", disse o Sintepe.
Os representantes perguntam ainda que se os secretários estaduais de Saúde, em nota conjunta, chamaram o atual quadro de "pior momento da crise sanitária provocada pela COVID-19", "o que o Governo de Pernambuco estaria esperando para interromper as atividades nas escolas". O sindicato exige ainda a suspensão das aulas presenciais "em defesa da vida dos trabalhadores e trabalhadoras em educação, dos estudantes e de toda comunidade escolar".