Volta às aulas acontecerá para maior número de turmas na terça-feira

Muitas turmas de terceiro ano, que deveriam ter iniciado as atividades no último dia 6, só retornarão no dia 13, junto com o 2º ano
Amanda Rainheri
Publicado em 11/10/2020 às 9:05
RETORNO Colégio Santa Maria foi um dos que reabriram na sexta-feira mesmo, mas aguarda na próxima terça os faltosos do 3º ano e os do 2º ano Foto: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM


Com o impasse jurídico envolvendo a retomada das aulas presenciais de estudantes do ensino médio em Pernambuco, o retorno, previsto de maneira escalonada pelo governo estadual, começa na próxima terça-feira para um número maior de estudantes. As aulas para o 3º ano, que deveriam ter iniciado no último dia 6, acabaram atrasando após decisão liminar de manter a suspensão das atividades em Pernambuco. Parte dos estudantes retornou às salas de aula na última sexta-feira, mas várias escolas particulares optaram por reabrir no dia 13, depois do feriadão, quando já estava autorizado o retorno de alunos do 2º ano do ensino médio. Nas escolas estaduais, um acordo entre governo e professores deverá manter as unidade de ensino fechadas até o próximo dia 20.

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De um universo de 335 mil estudantes de ensino médio em Pernambuco, entre rede pública e privada, 91,7 mil são alunos do 3º ano e 108,8 mil cursam o 2º ano do ensino médio. Entre as escolas particulares, o número de estudantes autorizados a frequentar as aulas presenciais a partir de terça-feira é de cerca de 22 mil, sendo 10,5 mil concluintes do ensino médio e 11,4 mil do 2º ano.

A opinião sobre a retomada ainda divide os estudantes. Sophia Quintal, 16 anos, é aluna do 2º ano do Colégio CBV, que decidiu só reiniciar as atividades para turmas dos dois anos na terça-feira. A estudante conta que ficou apreensiva com a possibilidade de não voltar à sala de aula. “Muita gente está tendo dificuldade em aprender online. Alunos de escolas públicas também estão sem EAD (ensino a distância), então acho que quanto antes voltar, melhor para todos´.” Para ela, a decisão governo de priorizar turmas formadas por concluintes do ensino médio traz mais segurança. “São pessoas com mais consciência do que está acontecendo, acredito que os protocolos serão respeitados.”

Eliseu Emanuel, 17, é aluno do 3º ano do Colégio Souza Leão Positivo, e também voltará às aulas no dia 13. “Quero, sim, voltar, para colocar as matérias em dia. Acredito que as aulas remotas vão impactar os resultados do Enem e vestibulares, principalmente para quem não teve acesso aos conteúdos EAD, mas dá para recuperar o conteúdo retornando às aulas agora.”

Apesar de reconhecer os protocolos criados pela escola, a estudante do 2º ano do Colégio Núcleo Laura Lins não irá retornar às aulas. “Não me sinto confortável. A escola tem tomado providências para o retorno, mas vejo muita gente nas redes sociais saindo e descumprindo as regras e isso me deixa preocupada. Se alguma delas adoecer, pode transmitir para outras pessoas.”

A preocupação também é compartilhada por Luana Martins, 18 anos. A estudante do 3º ano do Colégio Ideia não voltará às aulas presenciais, devido à decisão da instituição de manter as aulas remotas após o posicionamento dos alunos. “A escola questionou os estudantes e os pais sobre a volta e nossa turma se posicionou pela continuidade das aulas remotas. Entendemos que não é o momento e que não iria agregar muita coisa.”

Entre as instituições que já retomaram as aulas na semana passada estão o Colégio Santa Maria, Fazer Crescer e Madre de Deus, no Recife, e Dom, em Olinda. Equipe, Cognitivo e CBV têm retorno marcado para a terça-feira. A data da retomada ficou a critério de cada instituição privada.

A próxima etapa da retomada gradual contempla estudantes do 1º ano do ensino médio. Esses estão autorizados pelo Executivo estadual a retornarem às salas de aula no dia 20 de outubro. Aluna do 1º ano do Colégio Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Letícia Cristina Hoffmann, de 16 anos, já decidiu que não voltará às atividades. “Eu acho que o perigo existe. Mesmo com vacina, a gente não vai estar livre do risco. Nesse momento todo cuidado é pouco. Meus avós já pegaram a doença e foi um período muito sofrido.”

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