Após as aulas presenciais para as turmas do 3º ano do ensino médio do Colégio Damas, localizado no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife, serem suspensas a partir desta quinta-feira (22), em decorrência da contaminação de alguns alunos pela covid-19, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz, afirmou que "não há razão para qualquer atitude fora do que já foi planejado".
Para o presidente, os casos registrados no colégio não mudam nada, já que, segundo ele, todos os protocolos estão sendo rigidamente pelas escolas. No dia 13 de outubro, o Colégio Damas voltou a receber alunos do 2º e 3º ano. Já nessa terça-feira (20), retornaram os adolescentes do 1º ano. Com a suspensão válida até o dia 2 de novembros, as aulas presenciais na instituição só voltam, portanto, em 3 de novembro.
De acordo com José Ricardo Diniz, assim que a escola confirmou casos do novo coronavírus nos alunos, entrou em contato com o sindicato. "Nós fomos de imediato informados pela escola, que expediu um comunicado para a comunidade escolar e cumpriu rigorosamente os protocolos estabelecidos", declarou o presidente.
Em nota, o colégio afirmou que a contaminação dos estudantes ocorreu antes do retorno às aulas presenciais. "Nesta quarta-feira (21), a direção do Colégio Damas foi notificada que alunos da 3ª série do ensino médio testaram positivo para covid-19. As pessoas que tiveram contato com eles já foram comunicadas sobre o resultado e receberam a orientação de ficarem em isolamento e realizarem o teste. Estamos cientes de que essa contaminação ocorreu antes do retorno às aulas presenciais, durante um encontro entre os alunos fora do ambiente escolar", disse a instituição no texto.
O presidente do Sinepe acredita que a situação vivenciada pela escola não é nada fora do comum do vivenciado pela sociedade todos os dias. "Acontece todos os dias em bares, restaurantes, lojões, supermercados, mas só porque aconteceu na escola virou manchete", falou.
Em conversa com a reportagem do JC, o presidente do Sindicato dos Professores da Rede Particular (Sinpro), Helmilton Bezerra, afirmou que os casos registrados de covid-19 em alunos do Colégio Damas fazem com que a categoria tenha ainda mais medo de ser contaminada pelo vírus durante as aulas presenciais. O sindicato é contra o retorno das atividades.
"Se a categoria estava apreensiva, agora está mais ainda. Hoje já recebi muitas mensagens sobre o assunto, há um grande temor entre os professores, declarou o presidente do Sinpro.
Para Helmilton, o que ocorreu no Damas é um exemplo do que está por vir nas outras instituições de ensino. "Se aconteceu em uma instituição como o Colégio Damas, que tem uma estrutura física grande, significa que essa será realidade das outras escolas também, que muitas vezes nem seguem o protocolo de forma correta", desabafou.
Segundo o presidente, o sindicato tem feito fiscalizações nas escolas para garantir que as medidas de segurança sejam cumpridas. Ele ainda afirmou que a categoria entrará, mais uma vez, com um pedido na Justiça para suspensão das aulas presenciais em toda rede privada de ensino de Pernambuco.
No dia 6 de outubro, a Justiça do Trabalho suspendeu a reabertura dos colégios, a pedido do Sinpro. No entanto, no dia 8 do mesmo mês, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) desembargador Valdir Carvalho, acolheu os argumentos apresentados pelo governo estadual e tornou sem efeito a decisão tomada pela Justiça do Trabalho.