O desabamento parcial do metrô aéreo da Cidade do México, ocorrido no dia 3 de maio e que deixou 26 pessoas mortas, foi provocado por falhas na estutura de sustentação do equipamento, como já era esperado. Esse foi o resultado apontado pela perícia realizada no local. A "falha estrutural" é apontada em um laudo pericial preliminar da firma norueguesa DNV, divulgado nesta quarta-feira (16/6). A queda da estrutura levou consigo vagões do metrô, que caíram em carros que passavam no local, gerando uma sequência de eventos desastrosos. Pelo menos 80 ficaram feridas.
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A divulgação, segundo a agência de notícias AFP, foi feita pelo secretário de obras da Prefeitura da capital, Jesús Esteva, que contratou a DNV. Segundo a empresa, o evento está associado a deficiências no processo de construção e de soldagem dos chamados parafusos Nelson, que compõem a ponte por onde o metrô trafegava. "Porosidade e falta de fusão na união parafuso-viga, falta de parafusos Nelson nas vigas que compõem o conjunto da ponte, uso de diferentes tipos de concreto na placa e soldas inacabadas e/ou mal executadas", foram algumas das causas apontadas pela perícia.
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A DNV planeja entregar mais dois relatórios em 14 de julho e 30 de agosto. O Ministério Público também está conduzindo uma investigação, cujos resultados ainda não foram divulgados. Na noite de 3 de maio, uma seção elevada do metrô desabou e dois vagões foram suspensos a uma altura de cerca de 12 metros. A gestão municipal da Cidade do México anunciou que a partir das primeiras descobertas formará uma equipe técnica para o reforço e reabilitação da Linha 12, que tem 24,5 km de extensão.
HISTÓRICO DE PROBLEMAS
O metrô da Cidade do México já foi idolatrado e imponente, mas há muitos anos virou símbolo da decadência urbana. Embora transporte mais de 4 milhões de passageiros diariamente e seja o segundo maior das Américas, depois do de Nova York, a falta de manutenção virou sua marca.
Informações da mídia mexicana revelam que antes mesmo do evento de maio, já havia preocupação com a integridade dos trilhos elevados e as colunas de apoio no trecho onde ocorreu o desabamento, depois que um poderoso terremoto atingiu o México em setembro de 2017. A infraestrutura elevada da linha do metrô – conhecida como Linha 12, ou Linha Dourada – foi danificada, segundo noticiou o jornal El Universal.
A população residente nas imediações da linha já faziam o alerta. Disseram que temiam que a infraestrutura danificada pudesse entrar em colapso. A Linha Dourada foi inaugurada em 2012 e é a mais nova do sistema. Mas desde o início foi marcada por problemas.
Os trens que passam por trechos elevados da linha tiveram de diminuir a velocidade por medo de um descarrilamento. E apenas 17 meses após a inauguração da linha de US$ 2 bilhões, a cidade suspendeu o serviço em grande parte dela. Ele foi restaurado posteriormente, mas as preocupações com o sistema como um todo aumentaram.