A crise dos aplicativos de transporte individual privado de passageiros, como Uber e 99, vai fazer os motoristas do serviço realizarem um protesto nacional nesta terça-feira (28). As baixas tarifas cobradas desde que o serviço chegou ao Brasil, entre 2014 e 2015, e os sucessivos reajustes dos combustíveis são as principais reclamações.
Entregadores por app, como Ifood e Rappi, também participarão do movimento, é a promessa. A intenção, inclusive, é pressionar as plataformas com a redução da oferta de pelo menos 50% do serviço durante a manifestação.
Em Pernambuco, estão sendo planejados protestos por motoristas nas cidades onde os apps operam: Recife, Vitória de Santo Antão (Mata Sul), Caruaru, Garanhuns (Agreste) e Petrolina (Sertão).
Na capital pernambucana, a concentração começará às 7h, em frente ao Classic Hall, na faixa local da Avenida Agamenon Magalhães, quase no limite com a cidade de Olinda. A partir das 10h, a categoria sairá em carreata até a sede da empresa Uber, no Paço Alfândega, no Bairro do Recife, área central da capital.
No País, a previsão é de manifestações em diversas cidades, entre elas Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.
“Apostamos numa grande adesão porque muitos parceiros têm confirmado a participação. Todos têm sofrido. Espero que as plataformas sintam a redução do serviço. Não é justo elas aumentarem as tarifas para os usuários e não repassarem a diferença para o motorista. Há corridas em que o percentual das empresas chega a quase 50% de ganhos”, denuncia Thiago Silva, motorista de app e presidente da Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco (Amape), que está coordenando o protesto no Estado.
Thiago Silva destaca que a categoria tem passado dificuldades para seguir trabalhando. “Nós estamos passando momentos de muita dificuldade. Muitos pais e mães de família sequer conseguem pagar suas contas. As tarifas não acompanharam o aumento dos combustíveis e os repasses são cada vez menores”, diz.
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As plataformas, como Uber e 99, estariam pagando aproximadamente R$ 1 por quilômetro percorrido e tempo, enquanto ganham valores que, em percentuais, chegam próximo dos 50% do valor de uma viagem.
“Veja o absurdo: mesmo com a gasolina custando R$ 7,19, ainda temos viagens de R$ 5,50. Como pode uma viagem custar menos que o valor do litro de gasolina?. Essa conta não fecha”, questiona o motorista.
A Amape defende o ganho mínimo de R$ 10 e que exista algum índice que possa reajustar o valor do serviço, corrigindo distorções e acompanhando o aumento de preço do principal insumo que os profissionais usam, que é o combustível.
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