Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
COLUNA MOBILIDADE

Bicicletas: Recife é a sétima capital brasileira em ciclofaixas e ciclovias do País. Confira o ranking

Capital pernambucana fica atrás até mesmo de cidades nordestinas como Fortaleza e Salvador

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 13/06/2022 às 13:26 | Atualizado em 15/06/2022 às 16:11
OPERAÇÃO Com três quilômetros de extensão, a Ciclofaixa Operacional Marim dos Caetés vai funcionar no horário das 7h às 16h, aos domingos, quinzenalmente - FILIPE JORDÃO/ACERVO JC IMAGEM

O Recife está ocupando o sétimo lugar no ranking das capitais que mais têm infraestrutura para as bicicletas. O levantamento foi realizado pela Aliança Bike, entidade que congrega o setor de ciclismo e que decidiu manter uma página em seu site com o levantamento mais atualizado da quilometragem de ciclovias e ciclofaixas disponíveis nas capitais.

O Recife aparece com 169 quilômetros de ciclofaixas e ciclovias, ficando atrás de pelo menos duas capitais do Nordeste: Fortaleza (CE), que virou referência em mobilidade no País e já acumula uma malha cicloviária de 411 quilômetros; e Salvador (BA), que tem 308 quilômetros.

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Pelo menos no caso do Recife, o levantamento da Aliança Bike não aponta quantos quilômetros são de ciclofaixas e de ciclovias. A entidade explica que algumas capitais não distinguem os tipos de equipamentos (ou não divulgam).

Mas sabe-se, no entanto, que a capital tem uma malha cicloviária predominantemente de ciclofaixas - estrutura que não protege totalmente o ciclista porque a segregação do tráfego de veículos é parcial, feita apenas com tachões e sinalização.

O Recife evoluiu, mas poderia estar muito, muito melhor, se as ciclovias e ciclofaixas estivessem nos corredores viários e nas grandes avenidas - a grande maioria está em vias de pouco volume de veículos (coletoras e locais) - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM

CONFIRA o levantamento AQUI

O equipamento ideal, que mais protege quem pedala, é a ciclovia - quando a segregação é total, com proteção física do tráfego veicular. A malha cicloviária do Recife representaria o equivalente a 10 quilômetros de estrutura para cada 100 mil habitantes (numa comparação com a população da capital, segundo o IBGE (2010), de 1.661.017).

Nessa ótica, o Recife fica um pouco acima da média nacional das capitais, que foi de 9,85 quilômetros para cada 100 mil habitantes.

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Ao todo, o Brasil tem 4.146,38 km de estrutura cicloviária segregada nas capitais, uma média de 153,57 km por cidade e média também de 9,85 km por 100 mil habitantes. No topo do ranking estão São Paulo, com 699,2 km de ciclovias e ciclofaixas; Brasília, com 475 km; Rio de Janeiro, com 450 km; e Fortaleza, com 411 km. Na lanterna estão Macapá, com apenas 18 km; Porto Velho, com 24 km; e Manaus, com 35 km.

"Os números mostram que 55% das capitais brasileiras não têm sequer 100 km de malha cicloviária. E a média de 153 km por cidade é um dado de causar vergonha e indignação, tendo em vista a demanda histórica das cidades brasileiras com todos os ciclistas”, critica a Aliança Bike.

“Ainda que algumas cidades tenham feito investimentos importantes, especialmente nos últimos cinco anos, o cenário como um todo é bastante desanimador. Falta muita vontade política, cumprimento das leis e investimentos mínimos na mobilidade ativa", reforça.

O ranking será atualizado pela Aliança Bike a cada três meses, é a promessa.

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