Um dia antes de o Metrô do Recife enfrentar mais uma quebra resultante do sucateamento do sistema - histórico, mas ainda pior desde o governo Michel Temer -, bons ventos sopravam para a expertise brasileira no setor metroferroviário. No Equador, o Metrô de São Paulo apresentava, formalmente, uma proposta para operar como ente privado o Metrô de Quito.
E estamos falando do braço público do Metrô de São Paulo. Não da parte privada, concedida à mega da mobilidade no País, a CCR, que opera duas linhas metroviárias e outras duas do sistema de trens metropolitanos paulista. Para quem não sabe, ainda em 2016 começou a ser instituído o Metrô Consulting, empresa criada a partir da expertise na operação do Metrô de São Paulo para prestar consultoria e realizar a operação concedida de sistemas metroferroviários.
Nesta segunda-feira (27/6), duas propostas para assumir a operação do Metrô de Quito foram entregues oficialmente, em ato público realizado nas dependências da Empresa Pública Metropolitana de Água Potável e Saneamento (Epmaps). Os concorrentes são: o Metrô de Medellín, na Colômbia, em consórcio com a empresa privada francesa Transdev, e o Metrô de São Paulo.
Quando o público assume o papel do privado - O exemplo do Metrô Consulting
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A previsão é de que o escolhido seja definido ainda no próximo mês. A comissão técnica de avaliação terá até 15 de julho para avaliar, validar e escolher qual a melhor proposta. A qualificação técnica é o que mais pesará, sem dúvida.
O Consórcio Metrô de Medellín/Transdev propôs um valor de U$S 108.342.000 (o equivalente a R$ 565.729.421,40 para o período de 6 anos, enquanto o Metrô de São Paulo apresentou o valor de U$S 187.480.173,95 (R$ 978.946.476,30) para o mesmo período. Quem vencer a concorrência ficará responsável pelo planejamento do serviço, operação do sistema, controle de qualidade e relatórios, e gestão de contratos associados à operação.
A Empresa Pública Metropolitana de Quito (Epmmq) continuará executando o roteiro técnico e o cronograma que vem sendo cumprido desde novembro de 2021.
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OS CONCORRENTES
A concorrência em que o Metrô de São Paulo está é grande, disputada entre lobos. Um dos consórcios é formado pelo colombiano Metrô de Medellín, que se uniu à transnacional Transdev, com sede na França. As duas empresas, juntas, têm pelo menos 100 anos de experiência na operação de metrôs e outros sistemas integrados de transporte.
Segundo informações da mídia de Quito, o Grupo Transdev foi fundado em 1954 e está presente em mais de 18 países em todo o mundo, dois deles na América Latina: Chile, onde opera a maior rede de ônibus urbanos, Redbus; e Colômbia, que junto com outras três operadoras são responsáveis pela gestão de 84 quilômetros do TransMilenio, sistema de transporte coletivo de Bogotá (referência mundial), e o TransMiCable, um teleférico de 3,34 quilômetros de extensão com quatro estações.
A empresa colombiana Metrô de Medellín, por sua vez, é a mais jovem. Tem 27 anos de experiência e é responsável por 27 estações ferroviárias, 12 estações de teleférico e 9 estações de bonde.
Do outro lado, o Brasil com o Metrô de São Paulo, que tem aproximadamente 50 anos de história e responde pelo transporte de mais de cinco milhões de pessoas por dia. Na verdade, pode-se dizer que leva e trás a cidade de São Paulo e muitas da região.
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O Metrô de São Paulo também é o sistema mais moderno da América Latina e em 2015 foi escolhido como um dos melhores do mundo pelo jornal americano Business Insider, sendo o único sistema da América Latina a fazer parte da lista.
PRIMEIRO METRÔ DO EQUADOR
Outras doze empresas tinham manifestado interesse em manter a operação temporária do que será o primeiro metrô do Equador. O projeto, no entanto, ainda tem muitas pendências, segundo a mídia local.
O custo já ultrapassa os U$S 2 milhões e, mesmo assim, está com a entrega final pendente. Por isso, a escolha do futuro operador é tão importante, já que houve várias tentativas frustradas de finalizá-lo.
A previsão é de que a obra seja entregue até o dia 15 de dezembro de 2022, ficando faltando, ainda, a implantação do sistema de coleta que ligará o metrô a outros serviços de transporte municipal, como Trólebus, Ecovía e mais mais de três mil ônibus urbanos que circulam diariamente na capital.